Olá



O Zé da Mamãe

Com apoio da mãe, Zé Roberto se tornou exemplo de persistência para meninos do Peneirinha Head and Shoulders

Dona Andrezina foi essencial para que a carreira do meia do Grêmio decolasse

28/03/2014 - 06h04min

Atualizada em: 28/03/2014 - 06h04min


Zé Roberto manteve o sonho de ser jogador de futebol graças à insistência da mãe. Não fosse pela força de vontade de Maria Andrezina, 72 anos, a camisa 10 do Grêmio hoje seria vestida por outro jogador.

Moradores de São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo, Maria Andrezina e os cinco filhos (André, Aílton, Robson, Carlos Alberto e José Roberto) tiveram que se virar sozinhos. O pai, José Roberto da Silva, abandonou a família e só deixou o nome, com o acréscimo de Júnior, para Zé Roberto - que passou dos sete aos 15 anos treinando futebol no Clube Pequeninos do Jockey .

Na escolinha, com sede no bairro do Morumbi,  Zé tinha compromissos duas vezes por semana, quarta-feira e sábado. Com o sacrifício da mãe, o menino franzino, mas com uma perna esquerda infernal, conseguia reunir o dinheiro da passagem para treinar só uma vez por semana. Mais um dia com transporte estouraria o orçamento, oriundo do trabalho da mãe como auxiliar de enfermagem em um hospital durante o dia. À noite, trabalhava em uma casa de repouso cuidando dos idosos.

- Tinha que pegar dois ônibus e dois metrôs, quase uma hora e meia para chegar lá - relembra Zé Roberto.

Para ajudar em casa, Zé trabalhou como office boy

A dificuldade financeira era tão grande que Zé Roberto chegou a desistir do sonho de ser jogador. Guardou o uniforme da escolinha no roupeiro e foi trabalhar como office boy.

Seis meses depois, Dona Andrezina chegou apressada em casa. Avisou ao filho que havia passado pela sede da Portuguesa e que o filho deveria tentar a sorte participando das peneiras do clube.

Ao chegar no Estádio do Canindé, o primeiro susto. Sempre foi meia na escolinha, mas a fila para tentar a sorte na posição dava voltas na quadra. Atacantes também sobravam. Para lateral-esquerdo, a concorrência era menor.

Assim como os meninos gaúchos tentarão um lugar ao sol no futebol  por meio do Peneirinha Head and Shoulders, que terá a grande final neste final de semana, na Capital, Zé teve alguns minutos para mostrar seu potencial na Portuguesa. Mais foi reprovado.  Dona Andrezina não se deu por vencida. Sabia do talento do filho e lutou por seu futuro:

- Fiquei chateado. Perdi um dia de trabalho e não passei. Já estava indo para o ponto de ônibus, olho para trás e vejo minha mãe dando uma dura nos avaliadores. Um dos treinadores anotou nossos nomes e voltamos em uma seleção menor. Ele viu que eu enganava um pouquinho (risos). Passei e comecei no juvenil.

Fique ligado!

A grande final do Peneirinha ocorrerá neste final de semana, no Parque Esportivo da PUCRS (Av. Ipiranga 6690). Participarão candidatos aprovados nas seletivas de Tramandaí, Caxias do Sul, Santa Maria e Porto Alegre.

É preciso levar

Documento do responsável, com RG e CPF;
Documento do atleta, com RG;
Comprovante de matrícula atualizado;
Autorizações de participação do evento enviadas por e-mail.

Mais informações pelo telefone (51) 3217-8087.

PREMIAÇÃO

Um ano em uma escolinha de futebol de sua cidade para os dois vencedores, além de material esportivo e didático. Ou R$ 10 mil em dinheiro.

Os finalistas concorrem, por sorteio, a entrar em campo com a Seleção Brasileira (até abril de 2015).

QUEM É ELE
Nome: José Roberto da Silva Júnior
Posição: Meia
Idade: 39 anos (6/7/1974)
Clubes: Portuguesa, Real Madrid, Flamengo, Bayer Leverkusen, Bayern de Munique, Santos, Hamburgo-ALE, Al Gharafa-CAT e Grêmio.


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