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É só lixo!

Arroio Mem de Sá foi limpo novamente

Um mês depois de fazer a limpeza no córrego que corta o Bairro Bom Jesus, o Dep retornou ao local. Novamente, o curso d'água estava cheio de detritos

18/05/2012 - 06h46min

Atualizada em: 18/05/2012 - 06h46min


Funcionários do Dep limparam novamente o arroio

É como se você varresse o pátio num dia de vento. Ao final do serviço, a sujeira estará no mesmo lugar de novo. Esta sensação de esforço inútil foi sentida, ontem, por operários do Departamento de Esgotos Pluviais (Dep) ao chegarem no Arroio Mem de Sá, um pequeno afluente de cerca de 1,2 mil metros de extensão, que corta o Bairro Bom Jesus e deságua no Dilúvio. E os entulhos não foram parar no córrego por causa de um fenômeno atmosférico.

Trinta toneladas de resíduos

Ao contrário das folhas que desviam da vassoura ao sabor dos ventos, a montanha de lixo foi jogada no curso da água por moradores da região ou por catadores de resíduos, que, à noite, reviram as lixeiras. Em março, foram retiradas 60 toneladas de entulho. Em abril, 40.

Ontem, a estimativa era que a retroescavadeira e os funcionários recolhessem cerca de 30 toneladas em dois dias de trabalho.

A comunidade já solicitou a instalação de contêineres fixos para a recolha de lixo, mas não foi atendida.

De vaso sanitário a cachorro morto

Ao lado da Rua Santa Isabel, o ponto conhecido como paliteiro - uma espécie de barreira feita com toras de madeira que impede a passagem de objetos de grande porte, como geladeiras e sofás - tinha todo o tipo de resíduos, de cachorro morto à vaso sanitário, além de sacos de lixo espalhados na calçada, à beira do arroio.

Segundo o engenheiro civil e chefe da seção de conservação do Dep na Região Leste, Paulo Guilherme Barcellos, é um problema de saúde pública.

- O paliteiro impede que esse tipo de material entre na galeria canalizada, mas, mesmo assim, alguma coisa passa -afirma Paulo.

Mau cheiro e foco de bichos

Além de causar alagamento nos dias de chuva, o excesso de lixo nos canos e no leito dos arroios gera alagamentos, mau cheiro e proliferação de bichos, como moscas e roedores. Influi também na qualidade da água, exigindo cada vez mais gastos do Dmae com tratamento. Amanhã, uma ação coletiva do Dep, DMLU, Secretaria da Saúde e Smam tentará sensibilizar os moradores do perigo para a saúde e para o meio ambiente.

Instalação de câmeras em estudo

Uma das medidas para evitar o descarte irregular de lixo no arroio é a instalação de câmeras de vigilância no entorno da entrada da galeria na Rua Santa Isabel.

- Seria uma forma de identificar as pessoas que fazem isso e, principalmente, as placas de carros e caminhões que param aqui para jogar os sacos dentro do arroio - completa o engenheiro do Dep, Paulo Barcellos.

DMLU diz que não tem contêineres

Consultado pela reportagem sobre o pedido de contêineres feito pelos moradores que vivem às margens do arroio, o DMLU, por meio da sua assessoria de comunicação, informa que não tem o equipamento solicitado pela comunidade.

O Departamento Municipal de Habitação (Demhab) revela que a área do arroio pertence à região do Grande Mato Sampaio e será urbanizada. O levantamento topográfico indicará os locais onde poderão ser construídas as novas casas. No entanto, não há previsão de quando as famílias que vivem às margens do Mem de Sá serão reassentadas.

 


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