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Salão de beleza ambulante circula pela Zona Sul da Capital

Cabeleireiro criou um "salão sobre rodas" e, de bicicleta, vai até onde a clientela está. Ele pedala por toda a Zona Sul e também na Leste

29/05/2012 - 06h45min

Atualizada em: 29/05/2012 - 06h45min


jair Bueno circula com seu salão ambulante pela Zona Sul da Capital

No lugar da cadeira estofada, um banquinho de plástico. A bancada com o material de trabalho fica sobre três rodas de aro 20. O espelho, as máquinas e o portfólio completam o salão de beleza ambulante que o cabeleireiro Jair Bueno, 41 anos, leva às vilas da Zona Sul da Capital para fazer a cabeça de crianças, jovens e adultos.

Com 18 anos de experiência, depois de passar por salões da Capital e Alvorada, há quatro anos Jair se viu diante de um problema difícil: o desemprego. O salão em que ele trabalhava fechou.

- Fui em vários outros, mas não conseguia nada - lembra o cabeleireiro, que tentou manter um estabelecimento em sociedade, mas não teve sucesso.

Na carona da magrela

A criatividade, qualidade essencial aos profissionais da tesoura, foi a ferramenta que Jair usou para voltar ao mercado de trabalho: a bicicleta que era meio de transporte até o emprego passou a puxar o salão sobre rodas que ele desenhou e mandou fazer. Com R$ 2 mil, e o trabalho de um serralheiro, a estrutura de 70kg ficou pronta e ele começou a pedalar atrás do sustento.

- Circulo pela Serraria, Guarujá, Campo Novo, Vila Nova, já fui até o Lami e também à Zona Leste. É melhor do que se tivesse carteira assinada - conta Jair que tira, por mês, entre R$ 1,2 mil e R$ 1,5 mil.

"Eu morria de vergonha"

No início da atividade itinerante, além de dores nas pernas, o cabeleireiro teve que driblar a timidez. O trânsito é outro desafio.

- Hoje, eu vou no grito e gosto de ver a reação das pessoas.Mas, no início, eu morria de vergonha - recorda o profissional, que encara tanto o calor escaldante quanto dias de chuva em sua jornada.

Clientes vão para o álbum de fotos

Como todo negócio, o de Jair tem seu público-alvo definido. Depois de tocar interfones, campainhas e bater palmas sem resposta, encontrou em vilas e loteamentos populares os clientes para o serviço que oferece.

As fotografias expostas na parte externa do carrinho são as provas. Cada cabelo cortado na calçada, ou no pátio do freguês, rende uma foto para o cliente e outra para o mostruário do cabeleireiro.

Corte para colorados e gremistas

Ontem, o pequeno Vitor Vieira da Fontoura, quatro anos, aproveitou a visita de Jair ao Condomínio Cristal, na Zona Sul, e, diante de casa, cortou o cabelo. O gremista quis bem baixinho dos lados e arrepiado em cima, para usar gel.

- Esses dias, meus três filhos cortaram e eu também tirei as pontas e o volume. Ele cobra barato e faz o serviço bem feito - contou a dona de casa Vanessa Gomes Vieira, 25 anos, mãe do garoto.

Depois, foi a vez do estudante Kevin Cunha da Silva, 12 anos. Como já é cliente, ele e a mãe, a doméstica Vera Lúcia Cunha da Silva, 46 anos, escolheram pelas fotos o modelo da vez. O colorado aprovou o grafismo feito pelo cabeleireiro.

- É uma beleza. E o preço dele é ótimo - elogiou Vera.

Preços são atrativo

Com o navalhete e lâminas descartáveis, ele faz símbolos de Grêmio e Inter, marcas famosas e personagens como Ben 10. Os torcedores mais fervorosos podem ter as madeixas cortadas vestindo capas nas cores vermelho ou azul, com o distintivo do clube.

O corte masculino simples custa R$ 5. Se for feito algum desenho especial, o valor encarece um pouco, mas não passa de R$ 10. A mulherada paga R$ 10.

- O trabalho em si é a mesma coisa que se eu estivesse num salão. Aqui, só não tenho um lavatório.

Para contratar

Quem quiser fazer contato com Jair pode ligar para 8130-8844.


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