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Manifestação

Ciclistas promovem bicicletaço em protesto contra obra da Copa na Capital

Para manifestantes, construção da Trincheira da Anita terá impacto negativo na mobilidade urbana

13/06/2012 - 00h45min

Atualizada em: 13/06/2012 - 00h45min


Bicicletas com frase de protesto foram fixadas em ávores às margens da Anita Garibaldi

"Mais amor, menos motor".

Bicicletas que trazem essa romântica exigência pintada em uma placa tornaram-se um protesto emblemático dos movimentos de ciclistas que pleiteiam mais espaço nas ruas da cidade.

Na noite de terça-feira, o uso dessas bicicletas pintadas se somou a outra demanda de moradores da zona norte da Capital: a luta contra a obra de construção de um túnel no cruzamento da Terceira Perimetral com a Anita Garibaldi, uma das medidas da prefeitura para tentar desafogar o trânsito da cidade para a Copa de 2014.

A manifestação começou com um bicicletaço. Divulgado a partir de segunda-feira em redes sociais e no blog vadebici.wordpress.com, o evento reuniu cerca de 30 ciclistas, que partiram do Largo Zumbi dos Palmares, na Cidade Baixa, em direção à Anita.


Em galeria de fotos, veja como foi a manifestação

Ao chegar ao destino, o grupo de manifestantes fixou, em árvores às margens da via, duas bicicletas com a frase de protesto "Mais Amor, Menos Motor". Moradores do bairro se somaram à manifestação.

De acordo com o advogado e ciclista Marcelo Sgabossa, que ajudou a organizar o protesto, o movimento em defesa das bicicletas se une à causa dos críticos da Trincheira da Anita por acreditar que a obra é prejudicial à mobilidade urbana na Capital.

- Não é só um problema de quem mora no bairro. É um problema de visão de cidade. Quanto mais você fizer políticas voltadas para o automóvel, mais as pessoas vão usar automóveis, o que aumentará a falta de espaço nas ruas e empurrará o problema para mais adiante. Não é ser contra os carros, até porque eu também tenho carro; é ser a favor de meios alternativos de transporte - pondera.

Os ciclistas e moradores do entorno da Anita protestaram contra problemas que acreditam que a construção da trincheira trará para o bairro: o aumento da poluição sonora, visual e do ar, o corte de árvores, a desvalorização de imóveis, os prejuízos que teriam os comerciantes e o risco de atropelamentos devido ao aumento do fluxo e da velocidade dos carros.

Vereadores pedem suspensão de obra

Vereadores decidiram na terça respaldar os moradores da região da Rua Anita Garibaldi, e pedir a suspensão de uma das obras prioritárias para a Copa 2014.

A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal solicitou a paralisação da construção da trincheira da Anita pelo menos até a próxima reunião da comunidade com a prefeitura, marcada para o dia 25.

A prefeitura já havia decidido parar os trabalhos no último dia 4, quando moradores foram às ruas para impedir o início da pavimentação da Alameda Raimundo Corrêa, e aguardar pela reunião. A decisão da Cosmam acrescenta uma posição oficial proveniente do Legislativo, além de não excluir a possibilidade de apoiar uma suspensão além da data prevista. E ainda pede esclarecimentos ao Executivo.

Em documento encaminhado à presidência da Câmara, ao prefeito José Fortunati e a todas as secretarias municipais envolvidas na obra, a Cosmam solicita explicações sobre a ausência de representação das duas pastas mais envolvidas com a trincheira, a de Obras e Viação (Smov) e a de Gestão e Acompanhamento Estratégico (SMGAE). Presidente da comissão, o vereador Beto Moesch (PP) lamentou que não tenha havido uma audiência pública sobre a obra, que afetará profundamente o trânsito na região.

- Já que não fizeram audiência pública antes, solicitamos a suspensão da obra até a audiência pública do dia 25. O problema não é a obra em si, e sim os impactos no entorno - afirmou o vereador.

Residente há dois anos na Anita, a representante comercial Luciana Zanini, 41 anos, cansou de ir aos encontros e não ouvir respostas adequadas. Foram quatro encontros com representantes da prefeitura.

- Não há quem possa responder as nossas perguntas. Sempre vem a desculpa: "a pessoa responsável não está aqui" - reclamou.

O secretário de Gestão, Urbano Schmitt, garantiu que houve reuniões com os moradores. Uma delas, em 1º de junho, na prefeitura, na qual estava presente, disse. O secretário ressaltou que não haverá atraso no cronograma com a paralisação porque os trabalhos não físicos, como sondagens, continuam.


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