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Planeta Moto

Qualificação de motoboys tem vagas, mas faltam alunos

Cerca de 900 vagas gratuitas para o curso obrigatório estão disponíveis. Prorrogação da data para entrada em vigor da lei aumenta número de faltas às aulas

15/08/2012 - 06h53min

Atualizada em: 15/08/2012 - 06h53min


O motoboy Vander da Silva Batista, 33 anos, concluiu o curso de capacitação de transportes

Dez dias após a mudança do prazo para que motofretistas e mototaxistas façam o curso de capacitação previsto pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), o saldo é negativo na Capital. Dos 18 mil motoboys, apenas 345 já fizeram o curso. Outros 92 estão em aula em CFCs ou no Sest/Senat.

Para Valter Ferreira da Silva, presidente do Sindicato dos Motociclistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindimoto), um dos motivos está no custo da capacitação, de R$ 170. A situação está sendo discutida com o governo do Estado.

- Estamos batalhando por cerca de 10 mil vagas gratuitas - esclarece Valter, confirmando que já conseguiu mil vagas na Capital.

O esforço do sindicato, porém, parece não entusiasmar os motoboys. Das mil vagas gratuitas, apenas 130 foram preenchidas. Além disso, mesmo nos cursos pagos, a evasão é grande.

Abandono do curso

Com 62 turmas abertas, a coordenadora do Senat Porto Alegre, Karina Salamoni, acedita que, com a prorrogação da exigência para fevereiro de 2013, os motociclistas estão adiando o curso.

- Na segunda-feira, uma turma com 25 inscritos, apenas 15 compareceram - afirma Karina.

Quem quer marcar as aulas, precisará de paciência. De acordo com Karina, há turmas só para setembro.

- Temos opções de todos os turnos. Hoje, o nosso problema é com quem não vem e está tirando lugar dos outros - diz.

Com a ajuda da Justiça

Procurando se adequar à nova medida, Vander da Silva Batista, 33 anos, já está com o diploma do curso na mão. O motoboy enfrentou problemas para atender à exigência:

- No dia anterior à prova, em janeiro de 2011, sofri um acidente e acabei reprovado no teste. Para remarcar, precisei de quase um ano e meio - desabafa o motociclista, que está na profissão desde 2004.

O motoboy garante que precisou apelar ao Procon e encaminhar o caso à Justiça. Mas conseguiu o diploma em julho deste ano.

Saiba mais

Vagas gratuitas
- O Sine tem mil vagas para o curso na Capital. As inscrições estão abertas até todas serem preenchidas
- Endereço: Avenida Mauá, 1013, esquina com Rua Sepúlveda - Centro - Porto Alegre
- Telefone: 3289-4796
- Informações: www.portoalegre.rs.gov.br/sinepoa

Documentos
- Comprovante de trabalho como motoboy (autônomo ou CLT)
- Ser maior de 21 anos
- Morar em Porto Alegre
- Ter dois anos de carteira categoria A
- Não cumprir pena ou suspensão de dirigir
- Ter seguro obrigatório do município

Números
- Segundo o Detran, 2,5 mil motociclistas, no Estado, já fizeram o curso especializado e 561 estão matriculados (CFCs e Sest/Senat).
- O Rio Grande do Sul tem 350 mil profissionais. Em Porto Alegre, são 18 mil.
- O motoboy que fizer o curso terá a especialização identificada na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
- O curso tem 30 horas-aula em que são ministrados conteúdos de ética, cidadania, noções básicas de legislação, gestão de riscos sobre duas rodas, segurança e saúde.
- Se flagrado sem o curso, o motociclista que trabalha no transporte de mercadorias ou de pessoas pagará multa de R$ 127,69, além de nove pontos na CNH e apreensão do veículo para regularização.
- O curso é oferecido por Centros de Formação de Condutores (CFC) e por unidades do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat).
- O condutor deve ter a partir de 21 anos, ser habilitado há, no mínimo, dois anos na categoria A e não estar cumprindo pena de suspensão do direito de dirigir.


Fala, motoboy! O que você acha da exigência do curso para poder trabalhar? CLIQUE AQUI e responda no mural!


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