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De servente a professor

A vassoura sai de cena: é hora do diploma

Muito esforço e dedicação fizeram Ronald Abreu de Souza assumir um novo papel no universo escolar. Ele deve comandar uma sala de aula a partir de 2013

25/10/2012 - 07h30min

Atualizada em: 25/10/2012 - 07h30min


Ronald deve assumir já em março de 2013

É entre classes, cadeiras e perto do quadro-negro que Ronald Abreu de Souza, 29 anos, se sente feliz. A diferença é que, por enquanto, ele segura vassoura e pá na sala de aula. Mas, a partir de março, seu material de trabalho será giz, apagador e o conhecimento que adquiriu ao longo de uma jornada cheia de desafios até conquistar o diploma em História.

- Eu já sou um trabalhador da educação hoje, só que agora vou passar a cumprir outro papel - conta o morador do Jardim Itu Sabará.

Servente do Colégio Estadual Piratini desde agosto de 2005, no Bairro Auxiliadora, ele se prepara para assumir o cargo de professor a partir do ano que vem, graças à aprovação no concurso estadual para o Magistério.

"Eu me sinto preparado"

Ele ainda não sabe em qual escola vai trabalhar - se pudesse, escolheria continuar entre os amigos - mas uma coisa é certa:

- Estou bastante feliz, ansioso para começar. Eu me sinto preparado e tenho muita disposição. 2013 promete!

Ronald começou como servente poucos meses depois de ingressar na faculdade. Concursado para a função, ele lembra que a oportunidade veio em um momento fundamental para ajudar a pagar o curso. E também porque ele acabava de se tornar pai de Vitor, hoje com sete anos.

- Nós temos uma relação de muita cumplicidade, meu filho é muito presente - orgulha-se.

Para entender a sociedade

Ronald conciliou trabalho, estudo e poucas horas de sono até a formatura, no final de 2009. Um ano depois, deu início a uma especialização na Ufrgs, concluída há pouco tempo:

- Eu quis fazer História para entender o mundo que a gente vive, como a sociedade se estruturou.

Uma troca de experiências

No meio da caminhada, não faltaram desafios. Além da batalha para conquistar o diploma da faculdade, Ronald conta que a preparação para o concurso do Magistério foi muito intensa.

- Eu saía daqui, ficava horas estudando em casa. Nas últimas semanas, virei noites. Muito café preto eu tomei. Tive de me esforçar muito - relata.

Expectativa para encarar a sala de aula

A recompensa veio na forma de aprovação e de uma boa colocação. Agora, em um ritmo mais tranquilo, ele já mira em um mestrado, para não parar de estudar. Mas sua maior expectativa é pela prática que vai vivenciar a partir do ano que vem:

- A sala de aula é um reflexo da sociedade, é um ambiente muito rico. Tenho certeza de que eu vou aprender com eles tanto quanto eles vão aprender comigo.

O apoio é fundamental

Ronald ressalta que, para conquistar esses objetivos, foi fundamental o apoio de familiares e dos amigos. Sem esse suporte, ele reconhece que a caminhada seria bem mais árdua.

- Tu tens que ter pessoas ao teu redor que te incentivem - acredita, fazendo uma menção especial à mãe Estela, ao irmão Ricardo e ao filho, o pequeno Vítor.

Férias para fazer as provas

Esse mesmo apoio ele encontrou no Colégio Piratini, para que pudesse se dedicar aos estudos. A diretora, Jane Wiltgen Machado, lembra que Ronald tirava férias sempre em novembro, na época das provas finais da faculdade. Mas nunca se descuidou das suas atividades profissionais.

- Ele tem esse mérito todo. Sempre foi extremamente responsável, ficava concentrado, se dedicando aos estudos. Ele é um vencedor - elogia.


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