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Silêncio no caos

Saiba como é a rotina de uma mesquita no Centro da Capital

Local de orações islâmicas numa das regiões mais barulhentas da cidade atrai seguidores de faixas etárias, profissões e nacionalidades diferentes

27/05/2013 - 07h41min

Atualizada em: 27/05/2013 - 07h41min


Muçulmanos rezam voltados para Meca

Na Rua Doutor Flores, entre a Otávio Rocha e a Voluntários da Pátria, no Centro da Capital, o burburinho dos pedestres se mistura ao som estridente de buzinas, motores de carros e músicas que fazem tremer alto-falantes de aparelhos de som à venda nas lojas populares.

Mas, no meio desse caos, escondida no décimo andar de um prédio comercial, uma sala se destaca pelo silêncio absoluto. Estamos numa mesquita.

Celulares devem ser desligados

Na sexta-feira, a sede do Centro Islâmico de Porto Alegre estava cheia. O local de culto e orações para os seguidores do Islã recebe muçulmanos de várias nacionalidades, profissões e idades. Na porta de entrada, ao lado da escada, um cartaz informa que celulares devem ser desligados. O ritual chama a atenção. Antes de ingressar na área de oração, os fiéis lavam o rosto, as mãos e os pés, concluindo o processo chamado de pureza física.

Depois, eles tiram os calçados para não sujar o tapete, onde oram e se curvam voltados para a Meca (cidade da Arábia Saudita considerada a mais sagrada no mundo para os muçulmanos).

Clima de paz e calmaria

Na mesquita, todos se cumprimentam em árabe: Assalamu Alaikum, que significa, em português, Que a Paz Esteja Convosco.

O clima de paz e calmaria só acaba quando o imã (autoridade religiosa do islamismo) Guilherme Ibrahim (Mahmoud Ibrahim) começa o sermão. Descendente de sírios, Guilherme é professor universitário de Geografia e Política. Segundo ele, de cada sete pessoas no mundo, uma é muçulmana.

- O centro é frequentado por cerca de 200 famílias, metade formada por palestinos e outra metade por africanos, paquistaneses, egípcios, libaneses e brasileiros convertidos, entre eles ex-padres católicos e ex-pastores evangélicos - afirma Guilherme.

Havia poucas mulheres

Na tradição islâmica, a sexta-feira é o dia em que a comunidade religiosa se reúne, na mesquita, ao meio-dia, para a oração. O gaúcho Ademir Zonatto, 61 anos, morou por dez anos no Libano. Nabila Khazizadah, 36 anos, veio do Afeganistão em 2002. Ambos frequentam o espaço de orações. Nabila, que é cuidadora de idosos, estava numa área exclusiva com outras cinco mulheres.

- Venho três vezes por semana, mas nem todas podem vir porque trabalham - disse.

Saiba mais

www.islambrasil.org

A mesquita fica na Rua Doutor Flores, 62, no 10º andar.

 


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