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Porto Alegre

Caminhões à mercê de furtos na Zona Norte

Caminhoneiros que precisam estacionar no entorno da Fiergs, na Capital, não podem se descuidar, ou têm seus veículos levados por quadrilheiros

23/07/2013 - 07h43min

Atualizada em: 23/07/2013 - 07h43min


O medo dos motoristas é maior entre o fim da manhã e o início da tarde

A hora do almoço, que deveria ser de descanso, tem sido uma das mais tensas para os caminhoneiros que estacionam próximo à Fiergs, na Zona Norte da Capital. Por semana, segundo os próprios motoristas, dois caminhões são furtados no trecho. E tanto faz se o veículo tem carga ou está vazio.

- A gente sabe que, quando estaciona, não pode tirar o olho. É piscar e eles levam - diz um caminhoneiro, que pediu para não ser identificado.

Risco ao esperar a carga

O medo dos motoristas é maior entre o fim da manhã e o início da tarde. Isso porque já descarregaram e aguardam para carregar novamente. Nesse tempo, ficam com os veículos estacionados, apenas esperando.

Em alguns postos, para permanecer num pátio com vigilância, a taxa é de R$ 40 por dia. Os que não têm como pagar, acabam deixando estacionados na rua. É aí que os ladrões se aproveitam.

- Eu paro aqui neste posto porque sou cliente. Não deixo o caminhão sozinho. Quando minha mulher viaja junto, um fica no caminhão enquanto o outro sai para comer. O que não dá é pra deixar o caminhão abandonado - comenta o caminhoneiro gaúcho Carlos Henrique de Vargas Chaves, 43 anos, que mora em São Paulo e viaja para Porto Alegre uma vez por semana.

Criminosos pedem resgate dos veículos

Basta parar nos postos de gasolina da Avenida Assis Brasil, próximo à Fiergs, para ouvir relatos de furtos. Os bandidos se aproveitam da distração dos caminhoneiros para levar o veículo. Na semana passada, dois motoristas perderam seu meio de vida. Outro, além de ter tido o caminhão levado, sofreu uma tentativa de extorsão.

- Os caras ligaram para ele. Pediram R$ 25 mil de resgate. Ele ofereceu R$ 18 mil e os ladrões não quiseram - conta um motorista, que pediu para não ser identificado.

- No Paraná, se tu não pagas, eles tocam fogo no caminhão. É difícil trabalhar assim - conta Carlos Henrique.

Delegacia registra três furtos por mês

De acordo com o delegado Juliano Ferreira, titular da Delegacia de Furto e Roubo de Veículos (DFRV) do Deic, os furtos acontecem também na Avenida Sertório e na Rua Voluntários da Pátria, tradicionais locais em que os caminhoneiros param para refeições e descanso. Só na 22ª DP, que abrange o Porto Seco e a Assis Brasil, em média três ocorrências de furto de caminhão são registradas por mês.

Em 2009, o então titular da DFRV, delegado Heliomar Franco, fez uma operação para deter uma quadrilha especializada no furto de caminhões. No primeiro semestre de 2008, 98 caminhões haviam sido furtados em Canoas. Durante seis meses, policiais investigaram a ação do bando, que desmanchava os veículos em São Leopoldo. Em 2012, porém, os suspeitos foram absolvidos pela Justiça por falta de provas.


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