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Carnaval de promessas em vão

Obra de arquibancadas do Sambódromo da Capital está longe de começar

Dificilmente os carnavalescos contarão com módulos de arquibancadas fixas, no Porto Seco, nos próximos desfiles. Projeto ainda precisa ser finalizado

25/07/2013 - 07h56min

Atualizada em: 25/07/2013 - 07h56min


Prefeitura garantiu construção do Sambódromo, mas projeto sequer foi finalizado

Num paralelo com desfiles de escolas de samba, só com alguma "correria" na reta final será possível que os carnavalescos de Porto Alegre contem, já a partir do próximo ano, com pelo menos um módulo definitivo de arquibancadas (para cerca de 2,5 mil pessoas) no Porto Seco, sem que o tempo seja extrapolado. Detalhe: o valor previsto já caiu pela metade, ficando em cerca de R$ 26 milhões.

Apresentado pela prefeitura aos presidentes das escolas de samba e das entidades que as representam no dia 28 de junho, o mais recente projeto de arquibancadas, camarotes e infraestrutura ainda não foi concluído. De acordo com o secretário de Desenvolvimento e Assuntos Especiais, Edemar Tutikian, para isso, ainda será necessário um prazo entre 45 e 60 dias.

- O importante é adequarmos o projeto às condições de Porto Alegre, buscando um equilíbrio entre o valor da obra e o interesse da comunidade carnavalesca. Por isso, ouvimos todos os carnavalescos (presidentes de escolas), buscamos baratear os custos. Ainda falta concluirmos a parte do paisagismo e de infraestrutura do entorno - explica o secretário.

Até meados de agosto

Porém, o tempo estimado pelo secretário extrapola a expectativa da União do Grupo Especial de (Ungespa), que representa as principais escolas.

- Teremos a convicção de que sairá o primeiro módulo de arquibancada definitivo se, até meados de agosto, tudo estiver encaminhado para a licitação. Caso contrário, será impraticável uma construção antes do próximo Carnaval - diz o presidente da Ungespa, Juarez de Souza.

Concorrência no percurso

Depois da conclusão do projeto, será iniciado o processo burocrático (jurídico e administrativo), que inclui a publicação de edital e licitação. Sem nenhum contratempo, como recursos de empresas derrotadas na concorrência pública, essa etapa levaria, no mínimo, mais dois meses, empurrando para o final do ano a possibilidade de início das obras.

- Com os prazos apertados, não podemos correr o risco de chegarmos no Carnaval com obras no local. Neste caso, nós  solicitaremos o adiamento do
início das obras - argumentou o presidente da Ungespa, Juarez de Souza.  

Primeiro dia após o Carnaval

Mesmo sem descartar a possibilidade de que o primeiro módulo de arquibancadas de concreto esteja concluído até o próximo Carnaval, o secretário admite outra hipótese:

- A coisa pública tem que ser feita com certos cuidados. Realmente é um tempo muito apertado. Se tiver tempo hábil, construiremos antes do Carnaval. Caso contrário, manteremos o compromisso de aprontarmos tudo (processo burocrático) este ano e, no primeiro dia após o Carnaval, iniciaremos as obras.

Saiba mais

Os capítulos recentes de uma novela que já dura dez anos:

- 22/2/2012: passado o Carnaval, o prefeito José Fortunati determinou a retomada do projeto para construção do Complexo Cultural do Porto Seco e anunciou o início das obras para aquele ano. Um módulo estaria pronto antes dos desfiles de 2013. Não ficou.
- 5/2/2013: poucos dias antes do Carnaval, Fortunati apresentou novo projeto do Sambódromo e anunciou que os dois primeiros módulos das arquibancadas, de um total de nove, deveriam estar prontos em 2014. As obras seriam iniciadas no segundo semestre. Até agora, nada.

- 28/6/2013: juntamente com os secretários do Desenvolvimento e Assuntos Especiais, Edemar Tutikian, e da Cultura, Roque Jacoby, o prefeito apresentou aos presidentes das escolas de samba mais um projeto de cerca de R$ 26 milhões, a metade do valor previsto.


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