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Operação Ourives

Valor desviado de ações trabalhistas do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre pode chegar a R$ 5 milhões

Pelo menos sete pessoas estão sendo investigadas pela Polícia Civil e 50 trabalhadores teriam sido prejudicados

23/09/2013 - 12h23min

Atualizada em: 23/09/2013 - 12h23min


O valor arrecadado pelo grupo investigado na Operação Ourives deve superar os R$ 3 milhões inicialmente apurados pela Polícia Civil. A estimativa do delegado adjunto da Delegacia Fazendária (Defaz), Daniel Mendelski, é de que mais pessoas tenham sido lesadas e o desvio atinja pelo menos R$ 5 milhões. Os principais alvos da operação deflagrada na manhã desta segunda-feira são dois ex-representantes do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (SindBancários), um ex-tesoureiro e outro ex-conselheiro. Eles seriam o centro do esquema, que teve início em 2004, que consistia na retirada sem autorização de valores ganhos pelos trabalhadores em ações coletivas da categoria.

Segundo o delegado, com o longo tempo de tramitação na Justiça, os bancários deixavam de acompanhar processos, que na maior parte das vezes tinham resultados positivos para o sindicalizado. Sem que o beneficiário soubesse, o ex-tesoureiro sacava os valores por meio de alvarás judiciais, para em seguida transferir o dinheiro para conta de terceiros.

Com o valor obtido de maneira ilegal, o grupo formado por sete pessoas passou a adquirir bens como casas, fazendas e carros. Na operação deflagrada hoje, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em três cidades: Porto Alegre, Alegrete e Linhares, no Espírito Santo, para onde um dos suspeitos se mudou. A investigação ocorre há cerca de um ano. Até o fim da manhã, tinham sido apreendidos seis veículos, um revólver e diversos documentos. Para garantir futuros ressarcimentos, fazendas e casas e joias foram retidas e o bloqueio das contas bancárias dos envolvidos também foi autorizado.

A Polícia Civil solicitou a prisão preventiva dos sete investigados, mas não foi atendida pela Justiça. Três pessoas, dentre elas o ex-tesoureiro do sindicato, foram detidas durante a operação por porte ilegal de armas. Caso seja comprovado o envolvimento, os investigados podem ser enquadrados em quatro crimes: apropriação indébita, falsidade ideológica, falsidade documental e lavagem de dinheiro.

A denúncia da fraude foi feita à Polícia Civil pelo próprio SindBancários, que já tinha desligado os funcionários do seu quadro. Segundo o delegado Mendelski, o próximo passo da investigação será ouvir os presos e as vítimas do esquema. A Defaz orienta pessoas que desconfiam ter sido lesadas pelo esquema a procurar o sindicato.

Onze mandados de busca e apreensão foram cumpridos em três cidades

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