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Alegria e histórias

Cinco motociclistas da Capital viajam 9,6 mil km até o Peru

Foram 22 dias de um superteste para três tipos de bigtrail

09/10/2013 - 10h50min

Atualizada em: 09/10/2013 - 10h50min


Altitude aumenta a adrenalina

"Valeu a pena cada dia. Se eu pudesse, viajaria de novo hoje mesmo."

A frase do fotógrafo Walter Brasil resume o que foi a viagem que ele e quatro amigos fizeram pela América do Sul. O grupo retornou essa semana depois de 9,6 mil quilômetros, 21 dias, cinco países e milhares de fotos.

Os cinco saíram de Porto Alegre no início de setembro. E, depois de passar por Argentina e Bolívia, chegaram até a mítica cidade de Machu Pichu, no Peru. Além de Walter, o engenheiro Roberto Reis e o professor de Educação Física José Augusto Santana têm modelos Triumph 800. O empresário Adalto Biermann de Pontes, 57 anos, é dono da concorrente direta: BMW F 800 GS. O analista de sistemas Carlos Amaro Viera possui a Tiger 1200.

- O comportamento das motos foi excelente, sobretudo no asfalto. Acima de 4 mil metros, todos os motores falharam um pouco, menos o da Tiger 1200. Não sei se foi gasolina ruim ou ajuste de injeção, mas nada que tirasse o prazer da viagem - analisa Walter.

Só uma coisa fez o fotógrafo se arrepender: na última hora, ele desistiu de encarar os 64km da Estrada da Morte, na Bolívia. Optou por um caminho alternativo, também na Cordilheira dos Andes.

- Optei por pegar uma estrada de asfalto, mas me dei mal. Tinha um desvio no meio do caminho e tive de andar bastante no asfalto. E sem o amparo do grupo. Nos encontramos em Coroico, horas depois - lembra.

Bolívia, a grata surpresa

As histórias de viajantes brasileiros que tiveram problemas no país vizinho deixaram o grupo receoso. Mas nem ficaram perto de se confirmar.

- Em alguns lugares de Porto Alegre, também pode acontecer de ter assaltantes ou complicações. Na Bolívia, a polícia sequer nos parou. É um país lindo, com estradas perfeitas - compara Amaro.

As temidas complicações com a polícia também não ocorreram.

- Quando nos paravam, era para olhar as motos, que são raras na América, e para nos pedir adesivo da viagem - disse Walter.

Otimismo. Sempre

Em 2008, Amaro teve diagnosticado um câncer de intestino. Desde então, faz sessões de quimioterapia, toma remédios para dor e usa uma bolsa de colostomia. Isso dificultou a viagem?

- De jeito nenhum. Tenho de agradecer o que a vida está me propiciando. Se ela me deu alguma limitação, enfrento de peito aberto, com alegria.

O analista de sistemas se aposenta ainda este mês e, com o tempo de sobra, pretende fazer ao menos três grandes viagens de moto por ano:

- Pretendo voltar ao Peru, pois Cusco merece mais dias. São estradas cheia de curvas, e a gente sobe e desce o tempo todo, enfrenta frio e calor.

Com vontade, o resto se ajeita

Para quem pensa em fazer uma grande viagem internacional, o conselho de Amaro não poderia sem mais simples:

- O mais importante é vontade. Claro que boas roupas, planejamento e parceria são fundamentais, mas o mais importante e tornar a coisa real. Faça isso!


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