De acordo com uma pesquisa encomendada pela CDL Porto Alegre e pelo Sindilojas Porto Alegre, a maioria dos entrevistados (44,4%) pretende comprar presentes na primeira quinzena de dezembro. Já 27% das pessoas ouvidas revelaram que deverão fazer as compras a partir da última semana até a véspera do Natal.

Ajudantes de Papai Noel mais ou menos experientes, todos os consumidores têm táticas para otimizar a empreitada e, de quebra, evitar um estouro no orçamento. Por isso, o DG circulou pelas ruas do Centro da Capital e conversou com consumidores que já estão empenhados em garantir algumas lembranças debaixo do pinheirinho. Confira:

Um pouquinho de cada vez

A professora Alice Hoffer, 45 anos, comemorou ontem a alegria de finalizar as compras de Natal mais de dez dias antes da festa.

Com a missão de garantir o presente de 15 pessoas da família, ela dividiu a empreitada por três: em três quartas-feiras comprou tudo o que precisava, um pouquinho por vez. Com isso, reduziu o tempo de permanência nas lojas e o peso dos pacotes.

- É preciso aproveitar o meu tempo. Enquanto levo minha filha para um atendimento, faço as compras. Uma dica é vir pela manhã. Já testei vir à tarde e é insuportável - conta.

Horários mais tranquilos

O vice-presidente da CDL Porto Alegre, Alcides Debus, lembra que nesta época as lojas costumam estender o horário de funcionamento para atender melhor os clientes. Mas há uma dica especial em relação ao horário:

- A dica é aproveitar as duas primeiras horas da manhã, até as 11h30min, quando o movimento é mais tranquilo. Meio-dia é mais complicado, mas das 14h30min às 17h30min, quem puder aproveitar para ir às compras encontrará caixas não tão ocupados.

Procon faz o alerta

De acordo com a diretora executiva do Procon, Flávia do Canto Pereira, muitas pessoas não exigem a nota fiscal do produto que estão adquirindo.

- Agindo desta forma, o consumidor está comprando produtos de procedência duvidosa e que não dão direito à garantia - destaca.

No caso de o produto apresentar defeito, o fornecedor tem 30 dias para resolver o problema. Depois disso, o consumidor poderá exigir a troca por um igual ou a restituição.

Já nas compras pela internet, catálogo, Correios ou telefone, há o direito de desistir da aquisição até sete dias após a entrega da mercadoria.

Organização é o segredo

Às 8h, quando boa parte das lojas ainda se organizava para abrir as portas, o casal Suzana Oliveira da Silva, 48 anos, e Gilmar Gil da Silva, 50 anos, já estava no Centro. Eles saíram cedo de Santo Antônio da Patrulha com o objetivo de fazer as compras de Natal em Porto Alegre.

- A dica é vir com uma lista com tudo o que precisa comprar - sugere Suzana.

A aposentada Margarete Maria Taufer, 46 anos, compartilha a ideia de que quem chega cedo consegue fazer as compras com mais tranquilidade.

- Nunca deixei para última hora, sou organizada. E também só compro o que a gente precisa - disse.

"A pessoa precisa de tempo"

Contrariando a recomendação de deixar as crianças em casa na hora das compras, o aposentado Luiz Carlos Caldeira, 48 anos, deixou o Bairro Nossa Senhora das Graças, em Canoas, em busca de algumas lembranças para a família acompanhado pelos filhos Ana Carolina, quatro anos, e Gabriel, seis anos. A duplinha, supercomportada, aproveitou para experimentar as peças de roupa que ganhou de presente.

- Eles estão sempre comigo. Não incomodam, já estão acostumados.

As dicas de Luiz:

- Primeiro, a pessoa precisa de tempo. Sair só para fazer as compras. Olhar tudo e depois decidir, fazer pesquisa, não comprar de primeira porque nem sempre o mais barato é o melhor. Nas lojas, a gente tem que procurar bem, ver os tamanhos, a qualidade. Prefiro sempre vir pela manhã, antes da última semana perto do Natal.

Pesquisa do CDL

- Pelo menos 91,7% da população pretende comprar presentes de Natal.

- O índice aumenta quando é feita a segmentação por sexo: 95% das mulheres pretendem comprar presentes, enquanto 87% dos homens devem fazer compras de Natal.

- Em média, cada pessoa deve comprar seis presentes e gastar em torno de R$ 526 ou R$ 87,67 por item.

- Entre os itens mais procurados, estão roupas, com 68,9% das intenções de compra, e brinquedos, com 47,1%.

- Os itens são seguidos de eletrônicos (19,9%), calçados (19,4%) e perfumaria (17,2%).