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Turistas ingleses têm quarto de hotel invadido no centro de Porto Alegre

Família foi acordada no meio da noite por um intruso que revirava as malas do casal

22/01/2014 - 21h55min

Atualizada em: 22/01/2014 - 21h55min


Jaqueline Sordi
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Casal passou a tarde de quarta-feira com os filhos na delegacia para prestar depoimento

O que era para ser uma noite de descanso, em Porto Alegre, se transformou em uma estressante jornada para uma família de turistas que estava hospedada em um hotel da região central da Capital.

Três ingleses (pai e filhos) e uma brasileira (a mãe) tiveram o quarto invadido por um desconhecido durante a madrugada de terça-feira, perderam o voo que tomariam horas depois e precisaram recorrer à embaixada da Inglaterra para conseguir assistência.

Foi por volta das 1h30 da última terça que a brasileira Sabrina Bozzini Grisales, de 31 anos, acordou de sobressalto no quarto do Hotel Ritter, no Centro de Porto Alegre. Ela havia chegado horas antes no local com o marido, o inglês Helbert Adrian Grisales, de 34 anos, e os dois filhos pequenos, Dominic e Ethan, com seis e três anos, respectivamente. Vindos de ônibus do interior do Estado, onde visitavam a família de Sabrina, decidiram se hospedar no local pela proximidade à rodoviária e ao aeroporto, e por ser um estabelecimento credenciado à Fifa.

- É um hotel credenciado e, pelo valor que cobraram, imaginamos que era um local seguro e de qualidade - comentou a hospede.

A família passaria a noite em Porto Alegre. No início da manhã de ontem, tomaria um avião à Colômbia, onde haviam programado um período de férias. Pouco tempo depois de pegar no sono, Sabrina pulou da cama do hotel, surpreendida ao ver um homem dentro do quarto, mexendo nas malas do casal.

- Levei um susto, gritei para o meu marido. Pensei que o homem estava armado, não sabia o que fazer - relembra.

Ao ouvir a mulher, Helbert se levantou e foi em direção ao intruso, que alegava ter entrado na habitação errada. Apesar do pedido de desculpa pelo equívoco, o inglês não ficou convencido, e foi atrás do homem no corredor do hotel. Ao seguir o ladrão, viu que este tentava abrir as portas dos outros quartos, e por isso o levou até a recepção do estabelecimento.

No térreo, notou a ausência do segurança do estabelecimento que, segundo a direção do hotel, naquele momento estava fazendo a ronda pelos andares. Helbert explicou a situação para os funcionários, que deixaram o intruso sair, sem detê-lo. Indignado, o inglês pediu para não deixarem o homem fugir. Dois funcionários foram atrás do assaltante pela rua e, após abordagem, foram convencidos de que ele era um hóspede do hotel e que estaria acomodado no quarto 407. Ao retornarem para o hotel, os funcionários constataram que não havia registro de hospedagem no quarto referido.

Consultado por Zero Hora, José Reinaldo Ritter, diretor do hotel, afirmou que as câmeras de segurança mostram que o indivíduo tentou forçar as portas dos quartos de três andares diferentes até entrar na habitação da família de turistas. Apesar de reconhecer a falha de segurança, o Ritter destacou que o ladrão somente entrou na habitação porque os turistas provavelmente deixaram a porta do quarto aberta, o que foi refutado por Helbert.

- Lembro de ter checado a porta antes de dormir, até pela segurança dos meus filhos. Estou muito estressado. É uma pena, porque até agora tinha tido uma boa experiência no Brasil. Venho para cá desde 2008 e nunca tinha acontecido algo assim - lamentou o inglês.

Dificuldade de deixar o país

Com um voo marcado para a manhã seguinte, a família acabou perdendo o horário do check-in. Ao retornar para o hotel para pedir assistência, eles depararam com uma série de dificuldades. Conforme Sabrina, o hotel se negou a pagar uma nova passagem. A direção do estabelecimento, entretanto, afirma que eles não haviam recusado o pagamento, mas precisavam avaliar melhor a situação:

- Estávamos ainda em conversação. Isso não quer dizer que não iríamos pagar, mas temos que analisar, já que eles chegaram às 6h30min no aeroporto sabendo de que tinham que estar lá às 5h, e ainda tomaram café da manhã no hotel antes de sair.

Na busca por assistência, Helbert ligou para o consulado da Inglaterra, que encaminhou a família à Delegacia para o Turista (PDTur). Durante a tarde de ontem, os turistas receberam o auxílio que buscavam tanto da polícia como da companhia aérea, que conseguiu realocá-los em um voo para o próximo sábado.

Conforme a delegada Camila Defaveri, responsável pelo caso, será investigada a tentativa de assalto e desrespeito ao código do consumidor, pois é responsabilidade da rede hoteleira ressarcir os hóspedes quando houver situação de risco.

- Foi uma falha, mas ninguém sabia o que estava acontecendo até então. O certo seria segurar a pessoa, mas o segurança oficial estava de férias, e estamos com um substituto. Também fomos vítimas de uma invasão. Deveríamos ter conversado com a delegacia, mas não o fizemos. Isso serve de lição para todos nós, já que na Copa vai ter de tudo (todo tipo de situação) por aqui - afirma o diretor.


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