Carnaval em suspenso
Barracões do Porto Seco são interditados na Capital
A saída dos carnavalescos foi pacífica e transcorreu sem conflitos
A movimentação no Sambódromo do Porto Seco, na manhã da última sexta-feira era bem diferente do que se está acostumado a ver por lá nessa época. Em vez de estar montando e decorando alegorias, carnavalescos, equipes e caseiros retiravam pertences e material dos barracões, que foram interditados pelo Corpo de Bombeiros.
A medida é para fazer cumprir uma decisão judicial vigente desde outubro do ano passado, que interditava o local devido à ausência do alvará de prevenção contra incêndios. E contou com a colaboração das escolas de samba para ser aplicada.
- Num primeiro momento, é de impacto negativo, mas sei que isso é para o bem do Carnaval - diz o presidente da Império da Zona Norte, Antonio Ademir de Moraes, o Urso.
Expectativa é otimista
Conforme o coordenador das Manifestações Populares da Secretaria Municipal da Cultura (SMC), Joaquim Lucena, na sexta-feira foram entregues os documentos que faltavam para a conclusão do Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI). A partir dele, os barracões poderão ter o alvará definitivo de prevenção a incêndio.
- Acreditamos que, em quatro ou cinco dias, estará resolvido - afirma.
De acordo com o major dos Bombeiros Rodrigo Dutra, assim que o plano for entregue pela prefeitura, será avaliado em um dia. A partir daí, volta para que a empresa contratada pela SMC faça os ajustes necessários (extintores, luzes, sinalização etc). Quando isso estiver concluído, é feita a vistoria e, se tudo estiver de acordo, se emite o alvará.
Saída não teve conflitos
A interdição dos barracões transcorreu sem conflitos, em uma clima de colaboração. Ficou acertado entre os bombeiros e o presidente da Liga das Escolas de Samba de Porto Alegre (Liespa), Juarez Gutierres, que uma pessoa de cada escola ficará responsável por receber a empresa que fará os ajustes na prevenção a incêndio.
Fora isso, ninguém poderá permanecer nos barracões. Por esse motivo, caminhões e carros ficaram carregados com objetos pessoais, além de arames, tecidos, cola, papeis etc.
- Estou reunindo tudo que dá para levar e vou seguir trabalhando - explica o carnavalesco da Praiana, Márcio de Uruguaiana, que também é responsável pela confecção de fantasias para outras seis escolas.
Data do Grupo Especial será mantida
Apesar de possíveis atrasos no andamento dos trabalhos, não há previsão de mudança na data dos desfiles do Grupo Especial.
- Está tudo mantido - garante Juarez.
E Urso completa:
- Só está parando o trabalho nos carros (alegóricos), os ateliês continuam funcionando.
A única mudança se refere ao Grupo de Acesso. Inicialmente previsto para o dia 21 de fevereiro, ficou acertado que a nova data será no dia 3 de março, depois dos desfiles do Grupo Especial, do Grupo A e das Tribos.