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Primeira extradição?

Cubano atende hospital onde não tem registro para trabalhar

Por ser do Mais Médicos, Maikel Ramirez Valle só pode atuar em postos de saúde

03/02/2014 - 15h43min

Atualizada em: 03/02/2014 - 15h43min


Um dia de atendimento médico pode pôr fim à carreira de um cubano no Brasil. Isso porque Maikel Ramirez Valle, que trabalha no Mais Médicos em Candiota, na Campanha, foi chamado para atuar em um hospital. A autorização dele, assim como todos profissionais que participam do programa, é somente para trabalhar em postos de saúde.

Nas redes sociais, a maioria dos usuários se manifesta a favor do médico, que pode ser extraditado e o município pode perder o direito de receber outros participantes. Segundo a prefeitura, o intercambista foi chamado para atender no Hospital Municipal porque o médico brasileiro plantonista teve de acompanhar na ambulância um paciente grave. Porém há uma divergência no tempo de trabalho do cubano. O prefeito informa que o intercambista cobriu o plantão só durante uma hora, período para chegar outro médico brasileiro, enquanto o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul informa que foi um dia completo.

- Ele é o único médico que mora no município. Não daria tempo hábil para chamar outro, pois estamos a 60 quilômetros de Bagé e 160 de Pelotas. Foi uma situação única e que não irá se repetir - promete o prefeito Luiz Carlos Folador (PT).

Para o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), sendo um dia ou uma hora, o tempo de trabalho é irrelevante.

- Se foi uma hora, duas ou 24, não importa. É o mesmo que dizer "roubei o cofre só uma vez". O fato não fica menos grave. Houve exercício ilegal da medicina - aponta o presidente do Simers, Paulo Argollo.

O Simers encaminhou a denúncia para o Ministério da Saúde, o Ministério Público Federal, o Ministério Público Estadual, o Ministério Público do Trabalho e para a Polícia Federal. Essa última pode pedir a extradição do intercambista, já que supostamente ele teria agido fora dos limites concedidos no visto de permanência do país. O Ministério da Saúde poderá avaliar a situação do município e caso ache que agiu errado, poderá bani-lo do programa Mais Médicos.

Já o presidente do Conselho Regional de Medicina Fernando Matos, diz que o responsável técnico pelo hospital municipal e o secretário de saúde também podem ser penalizados:

- Segundo uma resolução do Conselho de Medicina, os responsáveis por permitir um caso como esse podem ser penalizados desde uma advertência verbal até cassação do diploma de médico.

O cubano Valle não quis gravar entrevista.


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