O passeio de uma família rumo ao 26º Rodeio de Portão, no Vale do Sinos, foi interrompido tragicamente na manhã deste domingo.

Os irmãos Giovana Pires Brisch, sete anos, e Luciano Brisch, cinco anos, estavam ansiosos para ver o pai Carlos Alexandre Brisch, 28 anos, participar de uma prova de laço na tradicional festa campeira do município.

As duas crianças morreram após o Vectra conduzido pelo pai delas colidir frontalmente com uma Zafira, com placas de Porto Alegre, na RS-240, em Portão. As circunstâncias do acidente serão investigadas pela polícia, mas de acordo com a Grupamento Rodoviário de Portão, que atendeu a ocorrência, o Vectra conduzido por Brisch vinha na direção interior-São Leopoldo quando teria invadido o lado contrário da rodovia.

- Não podemos afirmar que ele estava em alta velocidade nem que outro veículo cortou a frente dele. Isso só a perícia poderá responder - disse o soldado Valdir Zanin.

A perícia também deverá esclarecer se Giovana estava no banco da frente, como apontam os primeiros indícios, e se o irmão da menina, estava acomodado no banco traseiro do veículo. Os policias que antenderam a ocorrência não confirmaram se havia ou não a presença de cadeirinhas adequadas para o tranporte de crianças.

- Nós precisamos dos laudos e tomar o depoimento dos envolvidos. Não podemos tirar conclusões precipitadas em um caso como esse, na qual o pai está envolvido na morte dos filhos - salienta o delegado plantonista da Delegacia de Polícia de São Leopoldo, Sávio Azambuja Espíndola.

Giovana morreu no local, presa às ferragens. O pequeno Lu, como era chamado pela irmã, foi socorrido ainda com vida e levado ao hospital do município, mas não resistiu. Brisch foi encaminhado com lesões na cabeça e nos joelhos ao Hospital de Pronto Socorro de Canoas, onde até o início da noite de ontem estava em estado regular. A condutora da Zafira, Veronique Michelini Helene Buisson, e o passageiro, Flávio Galante Mase, sofreram ferimentos leves.

Giovana e Luciano eram filhos de pais separados. Os irmãos viviam com a mãe, Veridiana Pires, em Novo Hamburgo, mas a cada 15 dias visitavam o pai, que morava em Portão. Carlos Brisch morava próximo à rodovia que tirou a vida dos dois filhos. Segundo amigos, Brisch era um pai presente, mesmo tendo pouco contato durante a semana com as crianças.

O enterro dos irmãos está marcado para a tarde de segunda-feira no cemitério Jardim da Memória, em Novo Hamburgo.