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Vai conhecer a casa

Menino sairá do hospital pela primeira vez aos 6 anos de vida

Menino de seis anos, que sempre viveu num hospital, deixará a instituição na próxima semana ao lado da mãe, que há dois anos mora com ele. Família precisa de ajuda para mantê-lo em casa

15/04/2014 - 10h01min

Atualizada em: 15/04/2014 - 10h01min


Eva Dutra vive com seu filho em hospital há mais de ano, fazem preparativos para voltar para casa

Pela primeira vez em seis anos de vida, Roger Inácio Dutra da Silva está prestes a deixar o hospital para conhecer a casa da família, no Bairro Mato Grande, em Canoas. Até hoje, um quarto sem janelas no quinto andar do Hospital São Lucas, em Porto Alegre, é o único ambiente conhecido pelo menino, que tem síndrome do intestino curto e síndrome de Down. A alta deve ocorrer na próxima semana. Em novembro de 2011, Roger foi um dos personagens da reportagem Vida de Hospital, que retratava o cotidiano de crianças que, devido a problemas de saúde, trocavam a casa pelo hospital.

A novidade também está motivando a mãe do menino, a artesã Eva Flores Dutra, 46 anos, que há dois anos vive apenas dentro do hospital para cuidar do filho. Uma vez por semana, os dois recebem as visitas do marido dela, Silvio, 49 anos, e da filha Carolina, 20 anos.

- Só saio na rua umas dez vezes por dia para fumar um cigarro. São cinco ou dez minutos de cada vez. Ainda estou tentando me adaptar à realidade de ir para casa - comenta Eva.
 
"Vou para a casinha"

Poucas vezes Roger vê a luz do sol. Às vezes, leva dias para descer com a mãe na área externa do hospital. Sua rotina baseia-se em brincadeiras dentro do próprio quarto e no corredor do quinto andar, onde anda numa pequena bicicleta ao lado de Eva. À noite, ele dorme na cama improvisada ao lado de um berço cheio de sacolas e doações de funcionários da própria instituição. Desde que se mudou para o hospital, a mãe dorme num sofá.

Televisão, um urso de pelúcia e uma máquina de costura usada por Eva para confeccionar mimos em tecido, vendidos ali mesmo, compõem a "casa improvisada" de Roger, que divide o quarto com outro paciente.
 
- Estou com medo de não me acostumar a dormir numa cama, novamente. Tudo será novidade - revela Eva.

- Vou para a casinha - deixa escapar Roger, que há meses houve a mãe falar esta frase para que ele comece a se adaptar à nova realidade.
 
Futuro com possibilidades

Há 20 dias, os médicos liberaram Roger, que tem apenas 10% do intestino, da alimentação especial direto na veia. Agora, ele se alimenta por uma sonda. No futuro, existe a chance de ele começar a comer por via oral. E só as possibilidades já enchem Eva de expectativa.

- Em junho, ele fará sete anos de idade. Será o primeiro aniversário do Roger em casa. Vai ser uma data muito especial, e eu só espero um mundo melhor lá fora - se emociona a mãe.

Campanha para ajudar Roger

Como precisaram alugar uma casa maior para atender às necessidades de Roger, a família precisa de ajuda para mantê-lo confortável na nova morada. Funcionários do São Lucas organizam uma corrente de ajuda, pedindo móveis, roupas e todos os tipos de utensílios que serão usados no novo lar.
Porém, Roger seguirá usando fraldas e precisa consumir diariamente um suplemento alimentar. As fraldas são tamanho XXG e o suplemento alimentar se chama Fortini (custa R$ 40, a lata).

Contatos pelo fone 9194-0716.


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