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Como tentar escapar dos efeitos da alta umidade do ar

Excesso de água no ar causa desconforto, proliferação de fungos e lotas varais com roupas que demoram dias a secar

28/06/2014 - 09h03min

Atualizada em: 28/06/2014 - 09h03min


Jeniffer Gularte
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Com a umidade do ar beirando os 100%, fica difícil escapar dos efeitos do tempo molhado. E não é preciso sair de casa para ser afetado. O excesso de água no ar dificulta a secagem da roupa lavada. Com o varal cheio, a dona de casa Lucimar da Silva Fernandes, 26 anos, moradora do Bairro Bom Jesus, em Porto Alegre, faz malabarismos para conseguir manter limpas as roupas dos seis irmãos que vivem com ela.

Além deles, o pequeno Bryan de quatro meses ajuda a pesar ainda mais o cesto de roupas sujas. Desde segunda-feira, quase nada que vai para o varal volta seco.

-As vezes não seca e ainda preciso lavar de novo. To pedindo a Deus pelo sol, quando ele vier vou funcionar como uma máquina-conta ela, que faz todo serviço em um tanque de concreto no pátio da casa. Calças jeans e blusas de lã, ela leva até casa da irmã, no mesmo bairro, para serem limpas e centrifugadas na lavadora, mesmo assim, ainda tem muito a lavar.

Enquanto donas de casa se estressam, as lavanderias estão ampliando o faturamento. A Lav e Lev, na Cidade Baixa, dobrou o serviço de secagem de roupa na semana passada e já tem aumento de 30% nas lavagens. Os clientes chegam a fazer fila em busca da praticidade de ter a roupa limpa e seca em horas, ao invés de esperar dias. 

Sol chega com ar polar
Os problemas de Lucimar só serão amenizados na segunda-feira, segundo a meteorologista da Somar Meteorologia, Graziella Golçalves. O final de semana ainda será úmido, mas a partir da tarde de domingo a chuva dará trégua e o ar começa a secar, especialmente, na segunda-feira, com a umidade baixando para 60%.

-Na segunda não chove. Uma nova massa de ar polar e seca começa a avançar pelo Estado e na terça o frio chega com força, com umidade de 30% a 40%. Há riscos de geada nas regiões da Serra.

Graziella explica que a umidade persistiu por vários dias no Estado devido a um bloqueio atmosférico no Sudeste, onde ventos barram o avanço da frente fria que está no Sul. 

-É a intensidade de chuva que causa umidade. O ar fica úmido quando tem gotículas de água espalhadas pelo ar.

O ideal, é que a umidade esteja sempre em torno de 50%. Uma das poucas vantagens do excesso de umidade, segundo Graziella, é que a poluição do ar diminui consideravelmente pois acaba se grudando às gotículas de água e sendo transportada para outros lugares e se transformando em chuva.

Efeitos no seu corpo
O chefe da pneumologia da Santa Casa, Adalberto Rubin, explica como a umidade afeta nosso corpo e dá dicas para tentar escapar destes efeitos:

O que causa
- Irritação no aparelho respiratório.

- Redução da defesa do organismo.

- Corpo está mais suscetível a infecção porque o ambiente favorece a multiplicação de fungos.

- Contração da musculatura, o que causa dores musculadores e nos ossos.

Como encarar
- Proteja as extremidades do corpo. Não deixe resfriados cabeça, mãos, pés e pescoço. Evite andar de pés no chão.

- Para evitar a proliferação de bactérias, abra as janelas de casa ao menos uma vez ao dia por pelo menos uma hora para que possa entrar corrente de ar externa.

- Evite fazer atividade física na rua no começo da manhã e no fim da tarde, horário em que os níveis de umidade são maiores. Se for inevitável, use boné.

- Idosos devem evitar contato com crianças ou adultos que estão gripados ou resfriados. Já os que tem doenças respiratórias crônicas como bronquite e asma, devem seguir a risca as orientações do tratamento.


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