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Má sorte em dobro

Mulher ferida em queda de máquina já havia sido atingida por árvore

Internada no HPS desde o acidente na freeway, a arquiteta Barbara Engel Gutterres Berwanger enfrentou situação semelhante em 2011

17/07/2014 - 12h17min

Atualizada em: 17/07/2014 - 12h17min


Débora Ely
Débora Ely
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Matheus Schuch / Rádio Gaúcha
Teto do carro de Barbara foi arrancado com a queda do bate-estacas

Barbara Engel Gutterres Berwanger nasceu no dia 29 de dezembro, mas, desde 2011, ganhou uma nova data para celebrar: 6 de fevereiro, dia em que uma árvore despencou sobre sua cabeça na Praça da Encol, em Porto Alegre. Ontem, o improvável aconteceu. A arquiteta sobreviveu à queda de um bate-estacas de cerca de 10 toneladas sobre seu carro na freeway, transformando o 16 de julho em mais uma data para celebrar a vida.

- É muito azar - sintetiza o irmão de Barbara, o engenheiro Hugo Engel Gutterres, 58 anos.

Desde a tarde de quarta-feira, a arquiteta de 52 anos está internada no Hospital de Pronto Socorro (HPS) da Capital. Barbara quebrou duas costelas, o braço e um dedo, segundo o irmão, e poderá ter de passar por uma cirurgia para colocação de uma prótese. Apesar das fraturas, a família vê a situação da mulher com alívio: a queda do equipamento que interrompeu o trajeto que fazia de Gravataí, onde atendeu um cliente, em direção a Porto Alegre arrancou o teto da caminhonete Tiguan que dirigia. Hugo acredita que a irmã tenha se abaixado no momento do acidente e, assim, escapou da morte.

Apesar de mais leve, a árvore que despencou em Barbara na Praça da Encol em 2011 lhe trouxe problemas mais graves. Ela enfrentou até o risco de ficar paraplégica, diz a família, já que fraturou uma vértebra. A lesão obrigou a arquiteta, adepta à prática de esportes ao ar livre, a colocar uma prótese na coluna e enfrentar mais de um ano de recuperação.

- Ela ficou bem melhor depois, mas, sem dúvida, a vida nunca mais é a mesma - diz o irmão.

Na sala recuperação do HPS, a arquiteta não pode conversar com Zero Hora na manhã desta quinta-feira. No dia em que a árvore foi a responsável por interromper seu caminho, Barbara havia corrido e se alongava na praça antes de retornar para casa.

- Estou vivendo um inferno na Terra. Não poderei trabalhar nos próximos 15 dias, não posso dirigir por um mês e sinto dores horríveis. Tive um gasto absurdo com todo esse processo. Isso tudo por causa de uma árvore em um parque público - desabafou Barbara na época.

Em 2011, Barbara durante recuperação após queda de árvore
Foto: Ronaldo Bernardi / Agência RBS

Sobre o acidente na freeway, a Concepa informou que a lança de um bate-estacas - equipamento utilizado para execução de fundações - estava na via lateral à estrada no momento do acidente, a Rua João Moreira Maciel, em frente à Arena do Grêmio. A máquina fazia a cravação de estacas para instalação de uma passarela de pedestres no local. No momento da queda, o tráfego estava liberado nas três vias da estrada porque, de acordo com a Concepa, a obra não interferia no trânsito.

O serviço é executado pela Serki. Conforme o técnico de segurança do trabalho da empresa, José Altamir Ramires, o solo cedeu e a máquina tombou, lançando a lança na rodovia.

- Abriu-se uma cratera. Nós estamos fazendo uma avaliação no solo para ver se houve algum outro componente que possa ter colaborado com o acidente e contratamos peritos para analisar o equipamento - explica Ramires.

Em 2011, no episódio na Praça da Encol, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) alegou que a árvore que caiu tinha um problema interno que não poderia ser percebido na parte externa.


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