Risco de paralisação
Rodoviários ameaçam parar o transporte público em Porto Alegre
Categoria divulgou nota prometendo ações relâmpago e operações padrão, que devem ocorrer a qualquer momento até sexta-feira
Um grupo de rodoviários de Porto Alegre divulgou nesta segunda-feira nota anunciando que irá retomar os protestos da categoria na Capital. Conforme o texto, "as opções vão desde paralisação relâmpago de garagens, bem como, protestos de rua, até operações padrão (trafegar em velocidade reduzida) nos corredores de ônibus". Um dos líderes do movimento, Alceu Weber, delegado sindical da Carris, não deu data para a realização das ações, mas garantiu que alguma medida ocorrerá até a próxima sexta-feira.
A decisão foi tomada depois que a empresa Trevo manteve a demissão por justa causa de Adaílson de Lima Rodrigues. Ele foi desligado no último dia 17 por uma briga que ocorreu no dia 28 de abril, em frente à garagem da empresa. O grupo de rodoviários afirma que a demissão teve motivos políticos.
Adaílson alega que estava participando de uma campanha de eleição da Cipa da empresa quando um outro funcionário o agrediu com um capacete e os dois caíram. Para ele, a empresa viu o episódio como oportunidade para demitir os dois, que haviam participado da greve no início do ano.
Leia todas as notícias sobre transporte coletivo
Leia todas as notícias de Zero Hora
- Essa decisão da empresa é arbitrária e intransigente. Eles não estão nem aí com o que pode acontecer com o transporte público de Porto Alegre - afirmou Weber.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) havia sugerido à empresa cancelar a demissão por justa causa e converter em demissão regular, com o pagamento de todos os direitos rescisórios, ou readmitir o trabalhador e instruir um processo administrativo para investigar a agressão entre colegas. A empresa não aceitou nenhuma das alternativas.
No dia 18, o grupo de rodoviários chegou a bloquear a garagem da Trevo durante toda a manhã, em protesto pela demissão do colega. Três dias depois, no dia 21, os manifestantes voltaram a bloquear a garagem da empresa no começo da madrugada, mas uma ordem judicial garantiu que os ônibus voltassem a circular ainda no ínicio da manhã.
Fim do banco de horas aumenta a polêmica
Na nota, os rodoviários também se manifestaram contra a extensão do prazo para as empresas acabarem com os bancos de horas. Pelo acordo coletivo de dissídio da categoria, o prazo se encerraria na próxima quinta-feira. No início de junho, contudo, a Seção de Dissídios Coletivos (SDC) do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS) julgou abusiva a greve ocorrida entre 27 de janeiro e 10 fevereiro deste ano e também aumentou o prazo para compensação dos bancos de horas até o dia 30 de setembro.
- Cerca de 70% das empresas deixaram de priorizar a extinção do banco e continuaram utilizando. As outras 30%, que estavam conseguindo cumprir o cronograma acordado no dissídio, se sentiram prejudicadas e, agora, querem voltar a utilizar a retenção de horas. As nossas manifestações também terão o objetivo de provocar o debate sobre esse problema - explicou Weber.
Confira a íntegra da nota
Nota Geral dos Rodoviários
Rodoviários reunidos na tarde de hoje definiram, ante a negativa da patronal de resolver impasse, da principal liderança da garagem da Trevo, em retornar a mobilização esta semana. As opções vão desde paralisação relâmpago de garagens, bem como, protestos de rua, até operações padrão nos corredores de ônibus. As mobilizações citadas buscam ampliar o leque de reinvindicações, uma vez que, conforme o prazo inicial do dissídio da categoria, previa-se a queda do banco de horas para o dia 31 de julho, e se existem empresas que visavam cumprir tal acordo e conseguiram concluir tal compensação, é porque o prazo inicial dado era suficiente. Neste sentido, nós enquanto categoria, somos contrários a extensão deste prazo até o dia 30 de setembro.