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Visitantes de peso

Baleias-francas vistas no litoral já chegam ao dobro de 2013

Este ano, 120 mamíferos foram vistos nas praias do Estado, enquanto no último ano foram apenas 61 avistagens

31/08/2014 - 16h58min

Atualizada em: 31/08/2014 - 16h58min


Bruna Scirea
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Matheus Andrioli / Projeto Baleias do Rio Grande do Sul,Divulgação
Pesquisadores registraram mais de trinta observações de mamíferos desde a última sexta-feira

Biólogos que acompanham a passagem das baleias-francas pelo litoral do Rio Grande do Sul estão impressionados com a quantidade de visitantes neste ano. Desde a última sexta-feira, foram mais de três dezenas de avistagens dos mamíferos em praias como Tramandaí, Cidreira e Imbé.

- A temporada, que inicia no final de maio e segue até meados de novembro, está sendo sensacional. Até agora, foram contabilizadas mais de 120 avistagens. Sem dúvida, é um recorde que deve aumentar, tendo em vista que setembro normalmente representa o mês com pico de observações - afirma Thiago Lisbôa, coordenador do projeto Baleias do Rio Grande do Sul.

O número de visitantes nesta temporada é quase o dobro do registrado no período do ano passado. Até agosto de 2013, apenas 61 avistagens foram registradas no litoral gaúcho. O saldo deste ano também supera o de 2012, quando pesquisadores registraram, até o final de agosto, 84 avistagens.

De acordo com o estudante de Biologia, as baleias-francas têm dois lares: durante o verão no Hemisfério Sul, elas ficam pelas águas da Antártica. Quando o frio pega (ainda mais) por lá, elas se deslocam até a costa oeste do Atlântico Sul, desde a Argentina até a Bahia. Nos últimos anos, segundo o pesquisador, raros animais vão além dos litorais gaúcho e catarinense - isso teria ocorrido devido à redução da quantidade da espécie, alvo de caça.

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- Ainda que a caça comercial tenha sido proibida nas últimas décadas do século passado, a taxa populacional das baleias-francas ainda está em cerca de 10% do que foi originalmente. Hoje, os riscos acabam sendo por conta de colisões contra embarcações, poluição química e sonora e o perigo causado pelas redes de pesca - conta Lisbôa.

Segundo o coordenador, o projeto Baleias do Rio Grande do Sul é realizado por voluntários e custeado por ele e pela esposa. A partir do monitoramento da espécie no litoral gaúcho, o grupo tem conseguido chamar a atenção de prefeituras da região litorânea do Estado para a preservação do animal.

No final de junho, Imbé e a cidade uruguaia de Punta Del Este assinaram o Acordo Binacional da Rota da Baleia Franca. A ideia é desenvolver uma ferramenta de conservação marinho-costeira, com o objetivo de cooperação científica e fomento à educação ambiental. Participam do acordo a Organización para La Conservación de Cetáceos (OCC - Uruguai) e o Projeto Baleias Do Rio Grande do Sul.

* Zero Hora


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