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Operação Lava-Jato

Advogado de Costa renuncia ao caso Petrobras e se cala

Cássio Quirino Norberto abandonou a defesa no mesmo dia em que a imprensa divulgou a delação de pelo menos 32 políticos pelo ex-diretor

10/09/2014 - 09h12min

Atualizada em: 10/09/2014 - 09h12min


Steferson Faria / Petrobras,Divulgação
Na sexta-feira, Paulo Roberto Costa delatou nomes de políticos envolvidos no esquema

O advogado Cássio Quirino Norberto, que integrava o núcleo de defesa de Paulo Roberto Costa, renunciou à causa. Alegando "motivos de foro íntimo", Norberto deixou a defesa do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras na última sexta-feira - mesmo dia em que a imprensa divulgou detalhes do acordo de delação premiada de Costa, no qual o ex-diretor apontou nomes de pelo menos 32 deputados e senadores, de um governador e de cinco partidos políticos, entre os quais o PT, o PMDB e o PP.

- Passei a noite (de quinta-feira para sexta) pensando muito, mas prefiro não falar nada agora (sobre os motivos da renúncia) - disse Norberto, no dia em que renunciou.

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Norberto atuava nos autos da Lava Jato, representando o ex-executivo da Petrobras, desde o início da investigação deflagrada pela Polícia Federal (PF). Em agosto, Costa decidiu fazer delação premiada e contratou a criminalista Beatriz Catta Preta, com ampla experiência nesse tipo de procedimento. Norberto continuou trabalhando no caso ainda por alguns dias.


Contadora diz que Costa se reunia com doleiro da Lava Jato

A contadora Meire Poza declarou à Justiça Federal que Paulo Roberto Costa fazia reuniões com o doleiro Alberto Youssef na sede da GFD Investimentos - empresa de fachada por meio da qual, segundo a Polícia Federal, Youssef direcionava o pagamento de propinas a políticos e fazia remessas de valores para o exterior.

- O comentário na GFD era que o Alberto ganhava muito dinheiro a partir dessa relação com Paulo Roberto - disse a ex-contadora do doleiro, que está colaborando com as investigações.

Meire depôs na semana passada como testemunha em uma das ações penais contra Costa. Questionada se o ex-diretor da Petrobras ia à GFD, afirmou:

- Eu o vi. Na maioria das vezes quando ele estava lá, não sei precisar quantas vezes ia lá, ficava com Alberto. A gente não tinha contato com ele na GFD.

A contadora disse que os encontros ocorreram em 2013. Ela não soube informar se o doleiro e Costa se reuniam em outro endereço de Youssef. Meire disse que o doleiro presenteou Costa com um Range Rover. Meire ainda relatou que Waldomiro de Oliveira, suposto laranja de Youssef na MO Consultoria, um dia a convidou para acompanhá-la à sede da Sanko-Sider Produtos Siderúrgicos.

- Ele (Waldomiro) disse que tinha um valor, cento e poucos mil, para receber.

O Grupo Sanko, via assessoria de imprensa, divulgou nota sobre o testemunho.

- A lisura de toda a atividade comercial desenvolvida pela empresa vem sendo reiteradamente confirmada. A Sanko-Sider atua com reconhecida responsabilidade e ética há 18 anos nesse mercado e repudia veementemente qualquer afirmação, seja de quem for, que tente associá-la a atos e atividades com as quais não tem nenhuma relação - diz o texto.

*Estadão Conteúdo


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