Semana Farroupilha



Cuma?

Conheça piquetes com nomes curiosos no Acampamento Farroupilha

A gauderiada não economiza na criatividade para dar nome aos galpões

09/09/2014 - 06h05min

Atualizada em: 09/09/2014 - 06h05min


Isadora Neumann / Agência RBS

Para dar nome aos mais de 360 piquetes do Acampamento Farroupilha, a gauderiada não economiza na criatividade. Separamos os galpões com nomes mais curiosos e pedimos as devidas explicações para seus patrões. Confira:

Confira a programação completa do Acampamento

OITAVADOS NO BALCÃO (foto acima)

- Oitavado é o cara que fica escorado no galpão, com perna trançada e a mão na cintura, formando um "oito" com o corpo - explica o peão caseiro Marino dos Santos.

- De vez em quando, até eu fico meio oitavado aí - brinca.

CURTO E GROSSO

Enquanto serrava uma madeira para fazer um portão novo para o piquete, o capataz Jorge Pereira responde:

- O nome é "curto e grosso" porque a coisa aqui é na chincha.

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ESGUALEPADO

A história do nome desse piquete tem duas versões: a verdadeira e a bonita. Primeiro, a verdade:

- Acampamos aqui desde 1997. Na época, não existia muito essa história de botar nome, mas a organização do acampamento começou a exigir. Daí um dia eu vim aqui de tarde, cansado, e disse: tchê, não sei, eu tô meio esgualepado. E ficou. Todo mundo olha e se identifica. É uma palavra que se usa muito, né? - explica Ademir Feijó Dutra, que é natural de Bagé, mas vive na Capital há 30 anos.

- Agora, a explicação "oficial" que eu dou, para não ficar tão pejorativo, é que "esgualepado é um gaúcho doente pelo Rio Grande, que se esgualepou nas trincheiras da Revolução Farroupilha".

BEJA TOCO

Muito mais simples do que se pode imaginar, o nome é uma homenagem a um senhor chamado Benjamin, natural de São Luiz Gonzaga, cujo apelido é Toco.

APORREADOS DA FRONTEIRA

Natural de Dom Pedrito (da fronteira com o Uruguai, portanto), o patrão Valdomiro Goulart explica que "aporreado" é aquele cavalo que não se deixou domar.

QUEIXO DURO

Ao ser questionado sobre o nome do piquete, o responsável Antonio Conceição Trindade dos Santos soou óbvio:

- É que nós somos do Interior.

Oi?

- Não entendeu nada, né? É o seguinte: no Interior, quando fica um cavalo mal domado, se chama queixo duro. Mesma coisa que aporreado. Não obedece o freio e se vai ao mundo - conclui (agora sim, se fazendo compreender).

TRAMELA DE BARRO

A explicação já está fincada na porta do piquete:

- Nos sítios e fazendas deste Rio Grande, as portas e as janelas estão, tradicionalmente, trancadas com tramelas de madeira ou de ferro para impedir a entrada de pessoas indesejadas. A nossa ideia é que todos os amigos serão sempre bem-vindos, já que uma tramela de barro não tranca nada.

PANELA DE GANCHO

O capataz Valter Xavier Santos explica:

- Somos 18 irmãos e fomos criados "puxando" mantimentos de Cachoeira do Sul para Caçapava, nos anos 50 e 60. Na hora do descanso, meu pai, que levava as panelinhas penduradas na carreta, botava em um gancho e fazia comida - conta.

- Durante a copa, cheguei a fazer três paneladas para os estrangeiros. Tinha gente do equador, chilenos, uruguaios, enfim, pessoas de vários países. Foi um sucesso. Só os argentinos que incomodaram um pouco, por causa da "beberagem".

FUCINHO DE PORCO

Esse não tem mistério: o dono do piquete, João Carlos da Silva Ramos, é criador de porcos na Lomba do Pinheiro.

BARRACA ARMADA

Diferentemente do que o nome sugere, o pessoal do piquete "Barraca Armada" não compareceu. Meio apressadinhos, eles deixaram o local na segunda de manhã, de acordo com relatos dos vizinhos. Até o final da tarde, eles ainda não haviam aparecido.

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