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Viamão

Estrada da Branquinha é um atoleiro de lama

Na estrada que virou um lamaçal, ao menos um ônibus por dia sucumbe no lodo. Enquanto isso, a obra na Branquinha está parada e sem previsão de reinício

10/09/2014 - 07h01min

Atualizada em: 10/09/2014 - 07h01min


Jeniffer Gularte
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Ronaldo Bernardi / Agencia RBS

Nem o veículos que socorrem carros, ônibus e caminhões no lamaçal escapam das armadilhas de uma via tomada pelo lodo. No Beco Manuel Santana, também conhecido por Estrada do Espigão, em Viamão, até guincho atola no mar de lama. A via serve de desvio para a Estrada da Branquinha - que deveria estar em obras, mas não está - e por isto virou o principal trajeto de três linhas de ônibus que passam a cada trinta minutos nos horários de pico.
Além de aumentar o percurso, passar com um veículo de transporte coletivo pelo Beco Manuel Santana é um ato de coragem dos motoristas. Em média, um ônibus atola por dia no trecho curvilíneo e esburacado em meio ao lodo.

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- No mínimo uns 50 ônibus já atolaram aqui. Esses dias atolaram quatro no mesmo dia. A primeira vez que eu atolei o guincho estava no Centro de Porto Alegre, esperei no mínimo duas horas e dez. Uns passageiros fizeram baldeação, outros foram a pé... _ conta um motorista que já ficou empenhado duas vezes.
Alternativa a estrada da Branquinha, o desvio serve de rota para moradores de cinco bairros de Viamão: Martinica, Florescente, Vila Universal, Santo Onofre e São Tomé, além da Lomba do Pinheiro, para quem mora em Porto Alegre. O trajeto é usado tanto para quem vai ao Centro de Viamão, quanto para aqueles que rumam a Porto Alegre.
Quando dois veículos vem em sentido contrário, _ o que acontece várias vezes ao dia-, um precisa dar ré para o outro passar.
- Ontem (na segunda-feira) foi uma façanha, precisei dar quase dois quilômetros de ré no escuro. E nem precisa estar chovendo.
 
Sem previsão para liberação


Faça chuva ou faça sol, o transtorno ocorre devido a obra de pavimentação da Estrada da Branquinha, que foi interrompida há dois meses. Os trabalhos não passaram do estaqueamento da pista, mas mesmo assim a estrada precisou ser interditada para o transporte coletivo. A obra foi paralisada logo no início porque a empresa responsável pelo serviço identificou a necessidade de readequar o projeto, feito em 2008, que não incluía rede de esgoto pluvial ao longo do trecho e intervenção em uma ponte.
O prefeito de Viamão, Vardil Bonatto, explica que a empresa Ebrax Engenharia ainda está trabalhando no projeto de aditivo ao contrato original. Ele não sabe há quanto tempo a obra está parada, porém moradores relatam que os trabalhos teriam sido interrompidos há dois meses. 
Ao DG, Bonatto disse que esperava que o aditivo ficasse pronto ontem mesmo. Garantiu que ainda não sabe quanto a obra irá encarecer devido aos ajustes, que serão bancados pela Prefeitura. Porém, assim que for concluído, o aditivo deverá ser analisado e aprovado pela Metroplan.
Como se trata de uma obra com recursos do Estado e da Prefeitura, a Metroplan também precisa validá-lo.  Sobre o desvio caótico da Estrada da Branquinha, declarou apenas que ontem à tarde estava agendado um patrolamento para o local.


Moradores estão revoltados


Morador da Vila Universal, o promotor de vendas Daniel Rodrigo de Mello, 34 anos, conta que a obra na Estrada da Branquinha começou e durou apenas dez dias. No desvio, segundo ele, a promessa era de patrolamento a cada quinze dias para evitar que a estrada ficasse intransitável.
- Não arrumam o desvio, está complicado. A gente nunca sabe se vai ter ônibus no horário. Na semana passada, ficamos duas horas parados no desvio porque atolou um caminhão. Já teve ambulância que não conseguiu passar aqui.
O pintor automotivo, Cristiano Cardozo Mello, 32 anos, também morador da Vila Universal, cansou de chegar atrasado no trabalho.
- É um descaso total com os moradores. O desvio que inventaram aumenta em 30 minutos ou mais, quando não atola o ônibus. Já não tenho mais desculpas para meu atraso no trabalho.


NÚMEROS DA OBRA

Valor total: R$ 1.758.693,97
Parte da Metroplan: R$ 1.494.889,87
Parte da Prefeitura: R$ 263.804,10
Com o aditivo, o valor que caberá a Prefeitura irá aumentar.
Data de início: 24/03/2014


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