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Transporte coletivo

Paradas de ônibus são péssimas na ERS-118

Falta de abrigos, de sinalização e precariedade dos pontos de ônibus são problemas para quem usa o transporte coletivo nos 40km da rodovia

24/09/2014 - 09h31min

Atualizada em: 24/09/2014 - 09h31min


Tadeu Vilani / Agencia RBS

Quem depende das paradas de ônibus ao longo dos 40km da ERS-040 entre a BR-116, em Sapucaia do Sul, e a ERS-040, em Viamão, precisa de doses extras de paciência e de cautela para enfrentar a falta de infra-estrutura. Na manhã da sexta-feira passada, o Diário Gaúcho percorreu a via e encontrou problemas que vão desde falta de sinalização até inexistência de proteção aos passageiros das linhas municipais, intermunicipais e especiais.
No trecho de Cachoeirinha, pertencente ao Jardim Betânia, o vigilante Jair Veiga, 31 anos, desafia a falta de indicação de uma parada para pegar diariamente o ônibus até o trabalho, em Novo Hamburgo. O ponto fica exatamente onde a via está sendo duplicada, para a construção de um viaduto que, segundo Jair, atrapalha a visão de quem aguarda pelo transporte. 
- Tiraram a placa de ônibus há meses. Muitos não param para os passageiros. Se eu quiser pegar o ônibus, preciso quase entrar na rodovia e corro o risco de ser atropelado - conta.

"É uma vergonha"

Na parada seguinte, o autônomo Denilson Bitencourt, 41 anos, aguardava na beira da estrada, sentado num dos dois bancos improvisados com pneu e concreto. Para piorar a situação, engolia a poeira a cada veículo que cruzava a via. 
- Em dias de sol, é terra para todo o lado. Quando chove, chego molhado no trabalho por falta de proteção na parada. É uma vergonha, e isso nunca vai mudar - disse, descrente em melhorias a partir da duplicação da via. 


"Falta de respeito"

Em Gravataí, a auxiliar de serviços gerais Elca Luzia Scherer, 73 anos, decidiu caminhar quase 1km até encontrar a única parada com proteção para os passageiros. Parcialmente destruída, a proteção tem como banco um tronco de árvore colocado pelos próprios moradores da região. 
- O sol estava muito forte para ficar desprotegida. É uma falta de respeito, principalmente, com quem tem mais idade - desabafou.

Carlos construiu uma proteção

A situação mais curiosa existe em Alvorada, onde o morador do km 26, Carlos Machado, 62 anos, construiu a única proteção para os passageiros no trecho pertencente à cidade. De madeira, com telhado de amianto e lona plástica presa por taquaras e fios, a parada existe há dez anos. Carlos revela que, no ano passado, fiscais tentaram retirar a casinha que tem até uma pia ligada à rede de água. Mas os moradores do Bairro Tijuca não permitiram.
- Construí a casinha para vender água no verão. No inverno, ela fica como proteção de quem precisa esperar o ônibus. Coloquei até dois tocos de madeira para quem quiser sentar. Minha vontade é construir uma do outro lado da estrada - revelou.

Manutenção é com o Daer

O Daer informa que a responsabilidade pela instalação e manutenção das paradas de ônibus na faixa de domínio da ERS-118 são do próprio Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem. Os municípios só têm responsabilidade pelas paradas dentro da cidade. O que está na faixa de domínio do Daer (mesmo que em perímetros urbanos) é administrado pela autarquia.
A situação das paradas da estrada foi repassada à 1ª Superintendência Regional do Daer, em Esteio. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, o projeto de duplicação da rodovia inclui a remodelação das paradas de ônibus, com os recuos e especificações necessárias, mas ainda sem data para ser realizada.

Saiba mais:


- No total, a ERS-118 tem 80,38km de extensão, desde Sapucaia do Sul até Vila Itapuã. São 50km pavimentados e 30km não pavimentados.
- Entre o entroncamento com a BR-116 até o entroncamento com a ERS-040 são 40km.
- Cruza por Viamão, Alvorada, Gravataí, Cachoeirinha e Sapucaia do Sul.
- Mais de 130 linhas de ônibus (municipais, intermunicipais e especiais) passam pelo local.


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