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Doces mortais

Suspeito de enviar bombons envenenados deve ser indiciado por homicídio

Uma pessoa morreu e outras duas foram hospitalizadas depois de ingerirem o chocolate

01/09/2014 - 15h39min

Atualizada em: 01/09/2014 - 15h39min


Polícia Civil / Divulgação
Na foto, o pacote recebido pelo correio: o remetente e endereço são falsos

Se não ocorrer nenhuma reviravolta nos próximos dias, será indiciado por homicídio doloso (com intenção de matar) o mecânico Rinaldo Magarinos Vernes, 34 anos. Ele foi preso preventivamente na sexta-feira, por suspeita de ter enviado bombons supostamente envenenados para a ex-namorada, a diarista Catia Paula Passarini, 28 anos, em Viadutos, pequena cidade agrícola de 5,3 mil habitantes no norte do Estado. Uma pessoa morreu e outras duas foram hospitalizadas depois de ingerirem os doces.

Na casa do suspeito, os policiais encontraram uma seringa, um líquido que pode ser o veneno usado nos bombons e as roupas que ele usava no dia em que deixou o chocolate em uma agência dos Correios, em Erechim.

- O líquido apreendido será enviado para o Instituto-Geral de Perícias (IGP) para ver se é veneno. E as roupas apreendidas foram registradas pela câmera de segurança da agência dos Correios - comentou a delegada Diana Cassarin Zanatta, titular da Delegacia da Mulher de Erechim, no norte do Estado.

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No depoimento que prestou à polícia, Vernes não admitiu o crime. A delegada disse que, pelas provas e evidências que tem, irá indiciá-lo por homicídio doloso e outros crimes. A delegada também pediu perícias para o IGP, entre elas a do telefone celular do suspeito.

Os agentes estão vasculhando a região em busca de mais provas contra Vernes. Ainda há pontos que precisam ser esclarecidos na investigação. O pano de fundo do crime foi passional, mas Vernes está separado de Catia há três anos. Inclusive, namora uma jovem que reside perto da ex-namorada.

O que o teria motivado a realizar o atentado contra a vida de Catia? Na semana passada, quando a polícia descobriu que ele era o principal suspeito pelo envio dos bombons, Zero Hora perguntou à diarista o que o teria motivado a enviar os doces supostamente envenenados, e ela respondeu que não tinha a mínima ideia.

Crime revolta Viadutos

O crime revoltou os moradores de Viadutos. Só na manhã desta segunda-feira, a calma voltou a reinar na cidade. Na quinta, o irmão de Catia, o mecânico Fabrício Gregori Passarini, 19 anos, foi até os Correios, em Viadutos, e retirou a caixa de bombons e a levou para Mecânica São Luiz, onde trabalha. Abriu a caixa, comeu vários bombons e deu outros para o colega de serviço Álvaro Antonio Duarte, 42 anos, e o cliente da oficina Josimar Dettio, 28 anos. Duarte morreu, Passarini e Dettio foram hospitalizados. Os dois já tiveram alta, sendo que o último a sair foi o Passarini. Na manhã de sábado, ele saiu da UTI da Fundação Hospitalar Santa Terezinha de Erechim. O caso é contado entre os moradores da região como se fosse uma novela.


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