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ELEIÇÕES 2014

Casal do Rubem Berta escreve cartas aos futuros presidente e governador

Se você pudesse falar com os vencedores da eleição deste domingo, que recado daria a eles? O Diário Gaúcho convidou um casal de eleitores para escrever uma carta aos futuros governantes.

25/10/2014 - 08h06min

Atualizada em: 25/10/2014 - 08h06min


Jeniffer Gularte
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Mauro Vieira / Agencia RBS

Ele é paulista, ela cearense. Recém-casados, Ronie e Cláudia Gomes chegaram ao Rio Grande do Sul em 2003 em busca de emprego, moradia e qualidade de vida. Onze anos depois, pais de dois filhos e moradores do Bairro Rubem Berta, Zona Norte da Capital, o segurança, 44 anos, e a auxiliar administrativa, 39 anos, falam sobre os novos desejos para o futuro.
Convidados pelo Diário Gaúcho, eles escreveram cartas nas quais expõem suas expectativas em relação aos eleitos, independentemente de quem vença. Escritas a próprio punho, a carta da mãe foi direcionada a quem assumir o governo do Estado - disputam a vaga ao Piratini José Ivo Sartori (PMDB) e Tarso Genro (PT), enquanto o pai escreveu para o futuro presidente, que será Aécio Neves (PSDB) ou Dilma Rousseff (PT). Em comum, os textos demonstram o desejo de um futuro melhor para os filhos André, oito anos, e Lara, seis anos.
- Me coloco como todo brasileiro nesta carta, eu sempre acredito que um dia será melhor. Não deixo de sonhar - justifica Ronie.

Segurança e educação dos filhos são as principais preocupações

Com a preocupação comum a qualquer mãe que passa o dia no trabalho, Cláudia pede atenção especial à segurança. Moradora do Loteamento Jardim Vitória da Conquista, a família vive do portão de casa para dentro. André e Lara não brincam na rua ou no campinho de futebol, em hipótese nenhuma saem desacompanhados dos pais e também não frequentam as praças do bairro.
Tamanha precaução se justifica na insegurança. Vivem próximos a zonas de tráfico de drogas e incontáveis vezes foram dormir com os barulhos de tiros. 
Como alternativa, as crianças se divertem com brinquedos, tablet e os desenhos na tevê.
- Meus filhos vivem a infância na tecnologia porque não têm segurança na rua - diz a mãe.

Sonho de consumo: a escola em turno integral

O sonho de consumo de Ronie e Claudia é a escola em turno integral, com critérios de avaliação mais rígidos e reforços para os que têm dificuldade em aprender, melhorias que os permitiriam confiar a educação das crianças ao ensino público. Hoje, André e Lara estudam em escola particular por meio de bolsa que os pais conseguiram em um sorteio entre famílias de baixa renda. Avisam que "de jeito nenhum" matriculariam os filhos nas escolas próximas de casa.
- Tínhamos medo de que não aprendessem, passassem só por frequência - confessa a mãe.
O pai ainda sonha com mais. Queria que os filhos tivessem acesso a cultura, bibliotecas públicas, teatro, música e um espaço seguro para o lazer. Teme pelas crianças que ficam ociosas no turno inverso ao da aula. Ronie diz:
- Meu filho não tem aula de teatro, minha filha não tem aula de balé. Sonho que um dia eles possam ter isso.

É da política que podem sair as soluções para uma vida melhor

Ela já decidiu os dois votos. Ele, na quinta-feira, última vez em que falou com a reportagem, ainda estava indeciso. Garante, porém, que a incerteza em quem confiar não é descrença na política. Da política, inclusive, defende que saem as soluções para uma vida melhor.
- Acredito na boa política, mas preciso acreditar nas pessoas que se apresentam para fazer a boa política - explica Ronie.

As cartas

Carta ao futuro presidente

Ao futuro senhor(a) presidente, como cidadão brasileiro, venho através desta carta expressar minha indignação com tudo o que ocorre no nosso país e o que eu espero que o próximo presidente possa mudar.
1º) Mudar a maioridade penal, de 18 anos para 16 anos.
2º) Mudar a lei de frequência educacional nas escolas, para que também haja validação de notas, como era antes.
3º) Criar um fundo de incentivo à cultura de rua, como teatro, artesanato e cursos itinerantes para jovens e idosos nas praças e escolas do País.
4º) Aprovação da ficha-limpa. Que o candidato que tiver seu nome fichado não possa se candidatar mais e o fim das doações de empresas e do governo para doações de campanha política de qualquer natureza.

Ass: Ronie, um brasileiro com esperança de um dia melhor.


Carta ao governador

O que eu espero do governador do Estado é que sejam atendidas as necessidades do povo.
Na segurança: a unificação da Brigada Militar e Polícia Civil, melhores condições de trabalho e aumento real de salário.
Na saúde: posto de saúde 24 horas, Upa somente para pronto-atendimento, hospitais com especialidades diversas para atender adultos e crianças nas cidades acima de 50 mil habitantes.
Educação: escola de turma integral, com reforço escolar, professores motivados para ensinar e fazer o que eles amam.

Cláudia

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