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Escola no Morro Santa Tereza enfrenta falta d'água há pelo menos três anos

Estudantes são liberados antes do horário na Escola Professor Afonso Guerreiro Lima, no Morro Santa Tereza, porque as torneiras estão secas e os banheiros interditados

13/10/2014 - 08h01min

Atualizada em: 13/10/2014 - 08h01min


Jeniffer Gularte
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Ronaldo Bernardi / Agencia RBS

Com as torneiras secas e os banheiros interditados, as salas de aula esvaziam antes do horário na Escola Estadual de Ensino Fundamental Professor Afonso Guerreiro Lima, no Morro Santa Tereza, na Zona Sul de Porto Alegre. Sempre que falta água, os alunos são liberados às 10h (de manhã) e a às 15h (à tarde). Ao entrar no prédio, é possível entender porque as mães dos estudantes estão indignadas com a situação: o mau cheiro sai do banheiro e se espalha pelos corredores devido a falta de água até para descarga dos sanitários. A situação compromete a rotina de 550 alunos.
- Tem dias que as minhas filhas chegam em casa apertadas pois não tiveram coragem de fazer xixi nesses banheiros - relata a Elisangela Gonçalves Faria, mãe de duas meninas de 7 e 9 anos.
Já que não tem água para beber na escola, é comum a vizinhança flagrar alunos durante a aula indo até bares das redondezas para comprar refrigerante. Já as professoras recorrem ao banheiro do posto de saúde, ao lado da escola.


Problema não é de hoje

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- Quase todos os dias eles saem mais cedo com a desculpa de falta de água. Lá dentro é tudo uma sujeira. E isso não é de hoje, faz pelo menos três anos que estamos reclamando dessa situação - reclama a dona de salão de beleza, Lucia Helena de Oliveira, 44 anos, que tem filha e neto e é vice-presidente do CPM da escola.
- Até as dez horas as crianças vão aprender o que? Depois desse horário eles ficam soltos por aí_ questiona a vendedora Andreia Castro Dias, 33 anos, que tem um filho e cinco sobrinhos na Afonso Guerreiro.
O sucateamento da caixa d'água do prédio é a origem do problema do abastecimento de água na escola. Segundo o diretor, Edgar Ferreira Belmonte, as bombas não conseguem puxar a água do reservatório para o alto da caixa porque o motor da estrutura não funciona. Assim, toda vez que falta água na rede do Dmae, a escola fica sem água e os alunos sem aula. Mesmo assim, ele reforça que este ano "a situação está melhor do que no ano passado".
Por meio da assessoria de imprensa, o Dmae admitiu que frequentemente há interrupção no serviço daquela região devido a concertos emergenciais na rede. De acordo com a direção, a Secretaria de Estadual de Educação orientou a escola a liberar os alunos toda vez que houvesse desabastecimento de água, já que os banheiros ficam interditados.

Sem proteção contra incêndio

A falta de água é apenas o começo dos problemas estruturais da Escola Professor Afonso Guerreiro Lima. A fiação elétrica está precária, o elevador para cadeirantes nunca funcionou e o prédio da escola está com as caixas de hidrantes internos vazias.
- Se os Bombeiros passarem a um quilômetro daqui já interditam a escola - brinca o diretor.
O capitão Marcelo Soares, chefe da seção de prevenção de incêndio do 1º Comando Regional dos Bombeiros, explica que todos os órgãos públicos tem que ter os equipamentos de prevenção instalados no prédio.
- Se não tem esse equipamento e ocorre um princípio de incêndio, há possibilidade dele não ser contido no começo, podendo evoluir para um incêndio pleno. Se houver um risco eminente, é possível a interdição - avisa.
O Comando optou por não divulgar se a escola tem ou não alvará de proteção contra incêndio regularizado.

"A escola precisa de mais obras"

A titular da 1ª CRE, Rozane Dalsasso, explica que a escola já foi vistoriada no dia 5 de setembro pelos engenheiros da Coordenadoria Regional de Obras (Crop) por solicitação do Ministério Público. O documento aponta que a caixa d'água não está sendo utilizada devido a pontos de infiltração e a problemas no sistema de bombas, que precisam ser revisados.
- Essa escola precisa de mais obras, revisão da rede elétrica, cobertura do ginásio de esporte. Vamos reforçar para que se faça o projeto e se atenda primeiramente a questão da caixa d'água.
Quanto à liberação dos alunos, Rozane afirma que não houve nenhuma recomendação de liberação dos alunos.
- Vamos fazer uma averiguação para ver o que está acontecendo. Não tenho relato de falta de água e liberação de alunos, acredito no que a direção nos diz, mas a comunidade também pode nos procurar.
Já os equipamentos de proteção contra incêndio, Rozane afirma que foram comprados para todas as escolas, porém, ainda não foram entregues.

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