Três ônibus lotados, dois dias de viagem e 18 minutos de apresentação no 2º Campeonato Aberto Cone Sul de Bandas e Fanfarras de Nova Santa Rita, na Região Metropolitana.
Depois de percorrer mais de 2 mil km, foi o tempo que a Banda Marcial André Avelino Ribeiro, de Cuiabá (MT), precisou para mostrar que o esforço valeu a pena.

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O calor de 34ºC na tarde deste domingo castigou os mais de 3 mil jovens de 47 bandas e fanfarras que participaram da competição que ocorreu no sábado e no domingo no Centro da cidade.
Mesmo assim, o momento foi de satisfação. Nas divisões de bandas e fanfarras, foram avaliados os competidores nas categorias infantil, juvenil e sênior com base nos critérios de harmonia, melodia, ritmo e afinação. Além do Mato Grosso e das bandas de cidades gaúchas, o evento reuniu competidores do Paraná e Santa Catarina.
- São jovens de 14 a 21 anos apaixonados pela música, mas agora o que queremos mesmo é comer um churrasco - disse o regente da galera mato-grossense, Ivan Moura, 45 anos, depois da apresentação.

"Foi amor à primeira vista"

A música também conquistou jovens gaúchos. Rhamon Castilho Figueirego, 15 anos, é integrante da Banda Marcial dos Dragões de Rio Pardo (a 146km de Porto Alegre) e toca sousafone.
O instrumento grandalhão de sons graves pesa 43kg - mais da metade dos 70kg do adolescente.



- Quando entrei na banda o instrutor me disse que era esse o instrumento que tinha pra tocar. Experimentei e foi amor à primeira vista.
Ele se juntou ao grupo há um mês e uma vez por semana sai de Santa Cruz do Sul (cidade vizinha a Rio Pardo, distante 30km) - pega o ônibus e vai para as aulas.
- Acho que vou precisar de uns seis meses para me sentir seguro, mas quero ir sempre aprendendo mais - projeta.
- É preciso estudar muito e treinar em casa. Com isso, vale a até passar esse calor pela banda - complementa o seu colega de grupo, Thiago Rosa Gonçalves, 16 anos, de Rio Pardo, que está há dois anos na banda.

Disciplina é regra para se sair bem

É a exigência de disciplina que torna a música uma aliada no futuro dos jovens.
- Eles precisam controlar a respiração e a postura. Treinamos 20 dias só para estar aqui e é um momento para ver o que as outras bandas estão fazendo, testar nosso desempenho - revela o instrutor de metais Banda Marcial dos Dragões, Jonas Meireles.
O presidente da Federação de Bandas do Estado do Rio Grande do Sul (Febargs), Célio Fontoura, explica que a intenção do evento é aproximar o jovem da cultura e tornar a competição cada vez mais qualificada. Na primeira edição, no ano passado, foram 34 bandas participantes, este ano pulou para 47.
O evento é organizado pela Febargs e tem o apoio da Prefeitura de Nova Santa Rita, que disponibiliza pouso para os participantes que vem de longe e alimentação.
Nos dois dias de evento também foram dadas palestras e workshops para os músicos.