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Final de semana

Grupo teatral cria cidade fictícia para contar história da Lomba do Pinheiro

Artistas vão contar a história do bairro por meio da cidade fictícia de Lombay. Única apresentação ocorre neste sábado a partir da Estrada João de Oliveira Remião

28/11/2014 - 07h01min

Atualizada em: 28/11/2014 - 07h01min


Jeniffer Gularte
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Lauro Alves / Agencia RBS
Encenação será feira por uma hora e meia nas ruas do bairro

Uma fábula urbana que percorrerá as ruas da Lomba do Pinheiro, na Zona Leste da Capital, no próximo sábado, contará a história do bairro por um viés que poucos conhecem.
A montagem é o resultado do projeto Das Flor - um diálogo antropológico com a Lomba do Pinheiro que por meio de um cortejo apresentará a história e o cotidiano de um dos bairros mais distantes do Centro de Porto Alegre e onde são desenvolvidas ações sociais do Território da Paz.
O espetáculo tem uma hora e meia e funcionará como um misto de desfile de carnaval e procissão religiosa.

Inspirações tiradas do bairro

Nas cenas, 14 artistas apresentam a cidade fictícia de Lombay, inspirada no bairro, como um lugar musical com espaço para o hip hop, escola de samba, rock e orquestras.
O misto de cidade urbana e rural, que produz boa parte dos alimentos orgânicos vendidos no Centro da cidade, será evidenciado na dança das bacias que conta com figurantes locais.

Gente do bairro na apresentação

Entre elas está a doméstica aposentada Terezinha Franco, 66 anos, que mora há 35 no bairro e lembra que hoje as áreas que são totalmente habitadas eram apenas campos e chácaras.
- Era só estrada de chão, não tinha ônibus, posto de saúde, tínhamos que caminhar a pé. Foi um tempo difícil - recorda.
- Não tinha nem luz - completa a também doméstica aposentada, Olinda Rocha da Silva, 74 anos, que se prepara para sua primeira apresentação teatral.
Junto com as outras figurantes, Terezinha e Olinda terão a missão de ir convidando o público ao longo do trajeto para que acompanhem todo o percurso.

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Feito a partir da Lomba

Os ensaios ocorrem desde agosto no salão da Igreja São Pedro e quem passa por ali percebe a movimentação de artistas e figurinos. Durante todo o processo, a produtora Liége Biasotto afirma que as portas do salão estiveram sempre abertas para que as pessoas que quisessem entrar pudessem ver o que estava acontecendo.
Segundo ela, a ideia foi elaborar a trama junto da comunidade. É dessa imersão no bairro que nasceu o roteiro e a dramaturgia do espetáculo.
_ Isso só tem sentido porque é feito a partir daqui _ considera a diretora da peça Luciane Panisson.
Foi assim que a equipe percebeu a importância de exaltar _ assim como a música e o rural _ as várias religiões cultuadas ali e a sensualidade e o poder da mulher cuidadora, que zela pelos seus filhos e os das vizinhas.

De volta ao bairro

A história começa contando a volta de um antigo morador ao bairro, Getúlio, que enquanto ficou fora só teve notícias do bairro pela mídia. A partir de então, ele começa a reconhecer sua Lombay do passado.
- Ele retoma a cidade e tenta se reconhecer. Com isso, queremos resgatar a memória das coisas boas, da amizade que é muito forte aqui, queremos fazer as pessoas pensarem a todo tempo e terem sua própria interpretação da peça - explica o ator, cenógrafo e músico Álvaro Vilaverde, que até começar a produzir o espetáculo, não conhecia a Lomba.
Além de interpretar um dos papéis principais, Álvaro ajudou a compor as canções originais que serão interpretadas ao vivo durante a apresentação.
O figurino e os adereços priorizaram material reciclado. Artistas de teatro, dança, música, cinema e artes plásticas estarão em cena, além de 20 pessoas da comunidade que nos últimos meses têm frequentado a oficina de montagem proposta pelo coletivo Das Flor.
O Projeto Das Flor foi financiado pelo o Prêmio Pró Cultura/RS da Secretaria Estadual da Cultura.

SERVIÇO

ONDE:

A apresentação começa no sábado, às 19 horas, na rótula da parada 16 da Estrada João de Oliveira Remião e segue pelo Beco da Taquara até o salão da Igreja São Pedro, onde ocorrem os ensaios.

SE LIGA, ÔNIBUS GRÁTIS!

Haverá serviço de ônibus gratuito. Três veículos sairão às 18 horas do Largo da Epatur. As 120 senhas serão distribuídas a partir das 17h. Após o espetáculo, por volta das 21h30, os ônibus retornarão ao Largo da Epatur. Em caso de chuva, a apresentação será transferida para o dia 6 de dezembro.


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