Notícias



Transporte coletivo

Líder da greve dos ônibus perde eleição do Sindicato dos Rodoviários

Chapa de Alceu Weber, um dos principais incentivadores da paralisação deste ano, foi derrotada por 30 votos por Adair da Silva

03/11/2014 - 22h12min

Atualizada em: 03/11/2014 - 22h12min


Divulgação / Ministério Público do Trabalho
Adair da Silva (segundo, à esquerda) comandará um dos principais sindicatos da Capital

A nova diretoria do Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre foi definida na noite desta segunda-feira. Com 596 votos (40,99% dos 1.454 válidos), a chapa 1 - Força Rodoviária - se elegeu e terá como presidente Adair da Silva. Em segundo lugar ficou a chapa 4 - Rodoviários na Luta -, de Alceu da Silva Weber, um dos principais líderes de uma greve que paralisou o transporte público da Capital no começo deste ano.

Em 28 de janeiro, rodoviários decretaram greve geral

A diferença não passou de 30 votos. Os 1.478 eleitores correspondem a 1.185 (71,86% dos 1.649 rodoviários e aposentados ativos aptos a votar), acrescidos de 297 aposentados inativos. Adair da Silva representará mais de 10 mil funcionários de 13 empresas de transporte coletivo de Porto Alegre. Apesar do histórico de brigas e fraudes da agremiação, a contagem dos votos transcorreu normalmente na sede do Ministério Público do Trabalho.

Leia todas as últimas notícias publicadas por Zero Hora

Segundo o vencedor do pleito, não é hora de falar em outra greve, mesmo com a proximidade da negociação do dissídio entre patrões e empregados. Adair chamou Weber para o diálogo e espera um sindicato unido para cobrar aumento de salário em dezembro:

- Não estamos pensando em greve porque não começamos a negociar. Não vamos botar a carreta na frente dos bois. O sindicato é o mentor, e quem decide é toda a categoria. Eu sou do diálogo, por que eles (oposição) não podem sentar à mesa comigo? Vamos nos unir para conseguir o bem dos rodoviários.

Presidente eleito apoiou greve em janeiro

Apesar de não ter sido um dos linhas de frente da paralisação geral dos ônibus em janeiro, Adair da Silva apoiou o movimento de Alceu Weber. Ele entende que a categoria perdeu coisas importantes na queda de braço com os empresários. Porém, assegura que é cedo para falar em novas reivindicações. Weber não adiantou se estará junto com o grupo de Adair.

- A preocupação máxima foi em retirar nossa força, talvez pelo ledo engano de que podíamos disparar na votação. Mas foi bonito, temos de reforçar o lado positivo. Nos receberam muito bem em todas as garagens - disse Weber, que continuará fazendo oposição interna.

Em janeiro de 2014, a categoria, liderada por ele, fez uma greve que se estendeu por 15 dias e expôs, de forma mais clara, uma divisão antiga da classe na Capital. A decisão em favor da eleição teve origem em sentença do desembargador Francisco Rossal de Araújo, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 4ª Região.

O magistrado declarou nulo o pleito de 2011 da categoria porque três integrantes da chapa vencedora - então encabeçada por Itibiribá Acosta, que buscava a reeleição - estavam inelegíveis. Também foram observadas outras fraudes, como o registro de votos de mortos. Com o impasse, a direção anterior foi mantida no poder. A presidência ficou com Júlio "Bala" Gamaliel, vice de Acosta. A situação gerou uma série de ações judiciais.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias