Sua saúde
Seis dúvidas sobre o câncer de pele
No Dia de Combate ao Câncer de Pele, especialista dá dicas de como se prevenir da doença
Não faltam motivos para se prevenir contra o câncer de pele, mas um deles você não pode esquecer: o Rio Grande do Sul é o estado líder em casos de melanoma no Brasil, a versão mais agressiva e letal da doença.
Para lembrar o Dia de Combate ao Câncer de Pele, neste sábado, o Diário Gaúcho solicitou ao coordenador do núcleo de Melanoma do Complexo Santa Casa, cirurgião oncologista Félice Riccardi, para esclarecer algumas dúvidas sobre a doença.
1 COMO SE PROTEGER DE MANEIRA CERTA?
É importante evitar a exposição ao sol das 11h às 17h _ levando em conta o horário de verão _ quando a radiação ultravioleta dos tipos A e B oferecem mais riscos. Todas as pessoas devem usar filtro solar fator 30, independe da cor da pele. Quanto maior o fator de proteção, melhor, porém, o 30 protege entre 95% e 96% e os 60 em torno de 98%. Use chapéu e óculos escuro com filtro na lente.
2 COMO PEGAR COR SEM CORRER RISCO?
Tome sol fora do horário de risco e use filtro fator 30. Você pegará cor da mesma forma e de forma sadia. A diferença é que terá que ficar mais dias tomando sol. Com o protetor se demora 30 vezes mais para queimar a pele. Se você ficar no sol e ficar vermelha em 15 minutos, vai demorar 30 vezes mais 15 minutos para ficar nesta cor. O protetor faz com que isso aconteça mais lentamente porque é mais saudável, caso contrário é como se ela levasse um susto, reagindo rapidamente de forma inflamatória. "O bronzeamento da pessoa não é um fator embelezador, é um mecanismo de defesa, a pele entende que tem alguma coisa que está agredindo sua profundidade e ela escurece, assim como a íris dos olhos quando está exposta ao sol, nós automaticamente piscamos o olho", explica Félice.
3 QUAIS OS TIPOS DE CÂNCER DE PELE?
Há o carcinoma que é menos perigoso porque raramente atinge outros órgãos. Surgem como feridas na pele que não cicatrizam, sangram ou coçam. Já o melanoma tem a capacidade de atingir os órgãos e mata 160 gaúchos por ano e 1,3 mil brasileiros. Neste caso, a chance de morrer é alta. Costumam se apresentar sob a forma de manchas ou nódulos. Em geral, se desenvolve sobre uma pinta pré-existente.
4 QUEM TEM MAIS CHANCE DE TER A DOENÇA?
Pessoas com histórico familiar de qualquer câncer ou câncer de pele, pacientes com HIV ou transplantados, quem tem múltiplas pintas no corpo, indivíduos com cabelo claro, olho claro e pele clara e pessoas que se expõem excessivamente ao sol no horário errado.
5 EM DIAS NUBLADOS NÃO HÁ RISCO?
Há sim. As nuvens tapam o sol mas 80% da radiação chega igual na pele. Se está embaixo de guarda-sol ou gazebos, também se proteja: 30% da radiação que bate na areia vai para o corpo.
O guarda-sol, aliás, não pode ser de náilon e nem branco. Deve ser de tecido grosso e colorido.
6 QUANDO DEVO ME PREOCUPAR?
Quando uma ferida não cicatrizar em quatro semanas, procure um especialista. Quando houver uma mancha diferente, também fique atento. Leve em conta a metodologia do ABCD para identificar sinais perigosos: a) assimetria da pinta; b) borda irregular; c) cor de dois tons ou mais e d) dimensão, superior a 6mm (tamanho de uma ponta de lápis desapontada).