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Reconciliação diplomática

Veja quem são os três cubanos libertados pelo governo americano

Condenados por espionagem e outros crimes foram soltos em ato histórico que sedimentou a reconciliação entre os EUA e Cuba

17/12/2014 - 21h11min

Atualizada em: 17/12/2014 - 21h11min


Expoentes do recrudescimento da tensão nas relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba nos últimos anos, o especialista em comunicação americano Alan Gross, 65 anos, prisioneiro do regime dos irmãos Castro, e três dos cinco agentes secretos cubanos detidos por espionagem em Miami desde 1998 foram soltos nesta quarta-feira. O acordo entre o governo de Barack Obama e o regime cubano abriu o caminho para a reconciliação entre os países.

Gross era funcionário subcontratado da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional. Em 2009, foi enviado a Cuba para levar internet à comunidade judaica no país, apesar das restrições do governo de Havana ao acesso. Na avaliação do regime, Gross estava estimulando a subversão e violando a integridade territorial de Cuba. Em 2011, foi condenado a 15 anos na cadeia.

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Deprimido durante o período na prisão, Gross perdeu 45 quilos. Ontem, ao chegar aos Estados Unidos, elogiou o povo cubano e disse apoiar a reaproximação entre os dois países.

- Sou incrivelmente abençoado por ter liberdade. É bom estar em casa - afirmou aos jornalistas. 

Condenados pela Justiça americana em 2001 sob a acusação de espionarem o governo local, os três remanescentes do grupo batizado de Os Cinco Cubanos foram liberados para retornar à Ilha. Gerardo Hernandez, Ramón Labañino e Antonio Guerrero foram incluídos no acordo que resultou na soltura de Gross. Os outros dois membros do grupo, Fernando González e René González já haviam cumprido pena.

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Os agentes se transformaram em heróis para parte dos cubanos por sua militância. Apesar de a Justiça ter os condenado por conspiração, Cuba sustenta que eles não estavam espionando os americanos, e sim organizações contrárias ao regime dos irmãos Castro.
 
QUEM SÃO OS TRÊS CUBANOS LIBERTADOS
 
GERARDO HERNANDEZ > Era o principal líder do grupo Cinco Cubanos, preso em 1998 e condenado em 2001 por espionagem nos Estados Unidos. Recebeu duas penas de prisão perpétua e mais uma condenação de 15 anos. Entre os crimes dos quais foi acusado está o planejamento e o assassinato de quatro pessoas na queda de dois aviões, em 1996. De acordo com o Comitê Nacional pela Liberdade dos Cinco Cubanos, Hernandez  foi "falsamente acusado de espionagem contra os americanos", já que as suas ações seriam direcionadas a combater grupos de oposição ao regime cubano. Hernandez tem 49 anos e estava preso em uma penitenciária federal em Victorville, na Califórnia.
 
RAMÓN LABAÑINO > Também conhecido como Luis Medina, tem 51 anos e cresceu em Havana, capital de Cuba. Como integrante dos Cinco Cubanos, sua missão nos Estados Unidos era a de reunir informações e inteligência para defender o seu país dos grupos anti-Castro. Labañino, que é formado em Economia pela Universidade de Havana, foi preso junto aos demais companheiros em Miami, em 1998. Foi sentenciado inicialmente à prisão perpétua e mais 18 anos de reclusão. Em 2009, teve a pena reduzida a  30 anos de prisão. As suas acusações dizem respeito a crimes relacionados à espionagem. O economista estava preso em uma cadeia de Ashland, Kentucky. É casado e tem três filhas.
 
ANTONIO GUERRERO > Apesar de ter nascido em Miami, o engenheiro de 56 anos era um dos integrantes do grupo Cinco Cubanos e desde jovem militava na União dos Jovens Comunistas de Cuba. Quando tinha um ano de idade, os seus pais se mudaram dos Estados Unidos para a Ilha. Guerrero trabalhou como engenheiro na extinta União Soviética e auxiliou na expansão de aeroportos em Cuba. O seu envolvimento na espionagem investigada pela Justiça americana resultou na condenação à prisão perpétua. Ele seria responsável por reunir informações sobre planos de ataques ao regime cubano. A exemplo de outros companheiros, teve a pena rebaixada, no seu caso para 22 anos.

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