Notícias



Opinião

Antônio Carlos Macedo: polícia tem se desdobrado no combate ao crime

24/01/2015 - 07h10min

Atualizada em: 24/01/2015 - 07h10min


Polícia Civil / Divulgação
Nove pessoas foram detidas em Sapucaia do Sul e Alvorada durante operação policial

Injusta, mas inevitável

Admiro o trabalho da Polícia Civil do Rio Grande do Sul. Não é de hoje. Sei que sua atuação pode estar longe do ideal. Mas dentro das limitações impostas pela escassez de efetivo, más condições de trabalho e salários baixos, a corporação tem se desdobrado no combate ao crime na Grande Porto Alegre. Uma prova disso foram as duas operações realizadas nesta semana para desarticular quadrilhas e retirar criminosos de circulação. Em Esteio, na quarta-feira, "caiu a casa" de traficantes que espalhavam terror na cidade. Em Sapucaia do Sul, ontem, foi preso um grupo especializado no roubo de carros de luxo na Grande Porto Alegre. Operações semelhantes são realizadas com grande frequência. Se os crimes não diminuem, é porque, no jargão comum no setor, os policiais estão "enxugando gelo": prendem para ver em seguida os mesmos criminosos soltos, praticando crimes idênticos.

Segurança de traficante

Na mesma medida em que criticamos e cobramos mais atenção do poder público para a Segurança Pública, temos a obrigação de reconhecer os aspectos positivos. Entre eles, com certeza, está o esforço da Polícia Civil no combate ao crime organizado. Mais aí surge a notícia de um policial trabalhando como segurança de traficante e coloca essa credibilidade sob suspeita. Não um agente qualquer, mas o chefe da segurança de ninguém menos que o ex-secretário estadual da Segurança Pública. Se um comissário tão perto do poder, que zelou pela integridade física do número 1 do setor durante quatro anos, é investigado por esquema tão nebuloso, como exigir que o cidadão comum acredite na polícia? Não adianta dizer que é caso isolado. Nessas horas, na boca do povo, o plural é imediato: todos passam a ser vistos como laranjas do mesmo cesto. A avaliação certamente é equivocada e injusta, mas inevitável diante de uma informação tão grave, que coloca em plano secundário as ações positivas realizadas por dezenas de outros agentes, como as ocorridas em Esteio e Sapucaia do Sul.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias