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Litoral Norte

Parque da Coruja faz sucesso na praia de Tramandaí Sul, no Litoral Norte

Iniciativa de um veranista transformou terreno baldio em ponto turístico próximo à orla de Tramandaí Sul, no Litoral Norte

14/01/2015 - 15h40min

Atualizada em: 14/01/2015 - 15h40min


Mateus Bruxel / Agencia RBS

Veranista de Tramandaí Sul, no Litoral Norte, desde criança, o arquiteto Gilberto Santos de Souza, 52 anos, sempre ficava incomodado ao passar por dois terrenos baldios no final da Avenida Perimetral, a principal via da praia. Até que em 2010, já morando na região, decidiu transformar o espaço vazio em algo onde a natureza fosse valorizada. Desta ação quase solitária no início, que foi atraindo voluntários e o interesse da própria prefeitura, surgiu o Parque da Coruja.

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Com o projeto traçado, contemplando a criação de um lago artificial, de praça para as crianças, espaço para a prática de exercícios físicos e de esculturas, Beto, como é conhecido, foi em busca de parceiros para embelezar o hectare abandonado. Auxiliado por outro veranista, o escultor Mário Savedra, morador de Salto do Jacuí, ele iniciou o trabalho de limpeza da área e a primeira ação concreta. 
- No primeiro, abrimos apenas o laguinho com a ajuda de uma máquina. Teve gente dizendo que estávamos abrindo um foco para o mosquito da dengue. Não entenderam a proposta. Coloquei umas tartarugas e fiz o paisagismo no entorno. As pedras de basalto foram doadas por fazendeiros da região do Morro da Borússia - recorda Beto.

Legado para a praia

Mas o lago atraiu muito mais do que mosquitos. Os veranistas passaram a contemplá-lo e a fotografá-lo, as escolas da região começaram a visitá-lo, e o local se tornou atração turística. No segundo ano do parque, a prefeitura integrou-se ao projeto ao assumir a responsabilidade pela limpeza e pelas instalações de luminárias e lixeiras. Logo depois, surgiram os brinquedos de madeira das praças, construídos manualmente por Beto com material doado, e a ponte de madeira que até hoje serve de mirante para o mar - chamada Ponte dos Açores.

Com criatividade, Beto também foi responsável por construir as esculturas que hoje embelezam o espaço, como a cauda de baleia voltada para o mar, em homenagem as que cruzam o Litoral Norte anualmente, o São Francisco de Assis, protetor dos animais, e a coruja, que dá nome ao parque. Aliás, o nome do parque é para lembrar das corujas que frequentam a orla de Tramandaí Sul. 
- Coloquei a minha alma neste projeto. Aos poucos, as pessoas foram entendendo que ele não é meu, é nosso - afirma.

Faltam as obras do entorno

Há dois anos, Beto protocolou na prefeitura de Tramandaí uma solicitação com mil assinaturas de moradores. É um pedido para obras que darão acessibilidade ao parque, como calçadão e cordões de calçada no entorno. Ele calcula que sejam necessários cerca de R$ 25 mil de investimentos, mas ainda não teve retorno da administração municipal.

Por enquanto, tudo o que é colocado no parque vem das doações de moradores, veranistas e visitantes. Beto não aceita dinheiro, só material de construção e plantas que possam ser utilizadas no ajardinamento.
- O que me deixa mais feliz é que estou deixando um legado para a praia que sempre fez parte da minha vida - resume Beto.

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