Vida



Tecnologia assistiva

Como aplicativos podem ajudar deficientes físicos a viver melhor

Na ponta dos dedos, pode estar uma solução para dar mais autonomia a quem nem sempre consegue fazer sozinho tudo o que gostaria

28/02/2015 - 04h02min

Atualizada em: 28/02/2015 - 04h02min


Guilherme Justino
Guilherme Justino
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Adriana Franciosi / Agencia RBS

Quando cada movimento é um desafio e cada curva, uma surpresa; quando não é possível antever um obstáculo e torna-se impossível distinguir os arredores; quando um simples passeio vira uma aventura de desbravamento para descobrir onde há acessibilidade, a tecnologia entra como uma aliada. Na ponta dos dedos, pode estar uma solução para dar mais autonomia a quem nem sempre consegue fazer sozinho tudo o que gostaria.

Aplicativo auxilia pessoas com deficiência visual a localizar lojas e restaurantes

Próteses com tecnologia avançada para deficientes físicos ainda são restritas e caras

O smartphone pode se tornar uma central de comunicação adaptada às pessoas com deficiência visual. O tablet passa também a funcionar como um GPS individual - inclusive em ambientes internos -, para mostrar onde é possível ir sem ter de solicitar ajuda. E não somente em ideias que parecem futurísticas: há pesquisas em fase final de desenvolvimento capazes de, em breve, facilitar a vida de quem tem dificuldades para se comunicar ou locomover.

Conheça os últimos dispositivos criados para facilitar a locomoção e comunicação de deficientes físicos

Nos laboratórios do Estado, uma dessas inovações toma a forma de uma cadeira de rodas tecnológica. Batizado Hefestos - deus grego com defeito nas pernas, renegado por suas deformidades pelo próprio pai, Zeus -, o projeto aproveita as tecnologias móveis, hoje à disposição de todos, para auxiliar as pessoas com deficiências.

- Queremos trazer a computação móvel para o mundo real, verdadeiramente deixá-la ao alcance de todos, integrada com a acessibilidade - explica o professor Jorge Barbosa, coordenador do Laboratório de Computação Móvel (MobiLab) da Unisinos. - Buscamos contemplar limitações de visão, audição e deslocamento em soluções criadas com o auxílio da tecnologia.

Cadeiras de rodas parecem centrais de acessibilidade

A auxiliar administrativa Rosane Falcão, 32 anos, já pôde testar os benefícios dessa tecnologia. Em uma cadeira de rodas aparamentada com dispositivos eletrônicos diversos - incluindo uma placa com processador especial, suporte bluetooth e identificação por radiofrequência -, bastam alguns toques na tela de um tablet para que ela possa ver onde há rampas de acesso, banheiros e elevadores adaptados a cadeirantes. E, caso se perca ou precise do apoio de alguém, a ajuda está a um botão de distância.

- Conhecer um espaço novo, para mim, é ainda mais complicado: se for a uma festa, por exemplo, tenho de visitar o local antes para saber se posso ficar lá. Com esse aplicativo, a missão fica mais fácil - descreve Rosane, que ficou paraplégica há seis anos, durante um assalto em que foi baleada nas costas.

O aplicativo faz parte de um sistema desenvolvido desde 2011 e conta com o apoio de uma empresa de cadeiras de rodas motorizadas que pretende disponibilizar a tecnologia assim que for possível expandir seu alcance para além da universidade. A ideia é reunir cada usuário em perfis próprios, e adaptar o serviço oferecido de acordo com as necessidades específicas - um passo rumo à maior independência das pessoas com deficiência.


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