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Estouro a caminho

Sartori admite que poderá atrasar salários de servidores

Governador disse que "se não tiver dinheiro, não tem como pagar"

20/02/2015 - 15h11min

Atualizada em: 20/02/2015 - 15h11min


Juliano Rodrigues
Juliano Rodrigues
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Jonas Ramos / Agencia RBS
Peemedebista disse que está pronto para enfrentar as consequências de um eventual atraso nos pagamentos dos funcionários públicos

Com as fontes de financiamento do déficit do Estado esgotadas pelo governo Tarso Genro nos últimos quatro anos, o governador José Ivo Sartori admitiu pela primeira vez a possibilidade de atrasar salários de servidores. Em almoço com jornalistas, o peemedebista disse que se mantém cauteloso sobre essa possibilidade para evitar uma crise política.

(O atraso) Não é algo que esteja no horizonte imediato, mas pode acontecer daqui um mês, dois, três. Vai depender dos resultados que a gente obtiver com as nossas medidas. Vai chegar uma hora em que vamos ter de decidir. Se não tiver dinheiro, não tem como pagar - afirmou.

O governador também afirmou que está preparado para enfrentar as consequências do atraso de pagamento e que a situação do Estado precisará "receber alguma atenção do governo federal". Sartori afirmou que o combate à crise financeira necessita do envolvimento de toda a sociedade e confirmou que pedirá auxílio às administrações do Tribunal de Justiça, Ministério Público e Defensoria Pública para cortar gastos. O peemedebista não quis detalhar qual será a cota de sacrifício cobrada de cada órgão, mas disse que as conversas começarão na próxima semana.

Sartori avaliou o impacto do decreto que cortou pagamentos atrasados, editado em janeiro, e pediu a compreensão dos setores prejudicados.

- Os hospitais estão reclamando, mas o que foi cortado é o que ficou para trás. De janeiro em diante está sendo pago. Não é só o governo que tem de fazer gestão. Todos têm de se adaptar - explicou.

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Cauteloso sobre os detalhes das medidas impopulares que o seu governo adotará nas próximas semanas, o governador deu a entender que elas serão amargas ao citar como exemplo a sua relação com os eleitores. Sartori contou que, no fim de semana passado, foi assediado por dezenas de pessoas na beira da praia de Torres:

- É bom aproveitar agora, porque daqui a seis meses ninguém vai querer tirar foto. O estouro vem aí.


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