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Antônio Carlos Macedo: aumentos absurdos na conta de luz

Colunista do Diário Gaúcho diz que a presidente Dilma enganou a população quando anunciou redução no preço da energia elétrica, em janeiro de 2013

03/03/2015 - 06h05min

Atualizada em: 03/03/2015 - 06h05min


Evaristo SA / AFP

No dia 23 de janeiro de 2013, a presidente Dilma Rousseff usou cadeia de rádio e televisão para anunciar uma inédita redução no preço da energia elétrica: "O Brasil vai ter energia cada vez melhor e mais barata. Isso significa que o Brasil tem e terá energia mais que suficiente para o presente e futuro, sem nenhum risco de racionamento ou de qualquer tipo de estrangulamento no curto, no médio ou no longo prazo", garantiu durante o pronunciamento.

Foi um dos maiores engodos da história recente do país. O desconto de cerca de 19% oferecido ao consumidor residencial começou a evaporar já em 2013, através de reajustes cada vez maiores. Como alertaram vários especialistas, o tempo contrariou a presidente e mostrou que o Brasil não tinha condições de produzir energia abundante e cada vez mais barata. As previsões sobre os baixos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, desdenhadas por Dilma, não apenas se confirmaram, como se mostraram mais graves que o esperado.

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Maior mordida

Como consequência, a conta da luz da maioria dos brasileiros não parou mais de subir. O aumento mais recente, anunciado sexta-feira pela Aneel e já em vigor, atinge 58 das 63 distribuidoras de energia do país. A maior mordida foi para os clientes da Aes Sul, com incríveis 39,5% de reajuste. Para os consumidores da RGE, a alta é de 35,5%. Na Ceee, a tarifa subiu 21,9%. Os novos valores entraram em vigor nesta segunda-feira e serão cobrados nas faturas de abril. No caso da Ceee, cabe lembrar que o aumento anual, aplicado no início de dezembro de 2014, chegou a 23,3%. Ou seja, em apenas três meses, a luz subiu mais de 50% para os clientes da estatal, sem contar o acréscimo decorrente das bandeiras tarifárias. Já seria inaceitável se parasse por aí. Mas o absurdo vai adiante. A revisão aprovada na sexta-feira é extraordinária e não exclui os reajustes ordinários previstos em contrato. Assim, a conta da AES Sul deve subir de novo já em abril. A RGE terá novo aumento em junho e a Ceee, em outubro. Um absurdo. Um verdadeiro assalto ao bolso do cidadão.

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