Notícias



Opinião

Antônio Carlos Macedo: corrupção deveria ser considerado crime contra a vida

Colunista do Diário Gaúcho fala sobre a resposta da presidente Dilma sobre os protestos de domingo

18/03/2015 - 07h03min

Atualizada em: 18/03/2015 - 07h03min


Pressionado pela insatisfação popular, Dilma Roussef promete endurecer contra a corrupção. O filme é velho. Em 2013, também sob pressão das ruas, a presidente anunciou coisas que até agora não saíram do papel. Por isso, diante das novas promessas, assumo postura de São Tomé: só acredito vendo. Tomara que seja verdade. Tomara que Dilma esteja mesmo disposta a fazer o que já poderia ter feito, pois  propostas semelhantes já apresentadas no Congresso foram esquecidas durante os quatro anos do seu primeiro mandato.

Leia outras colunas de Antônio Carlos Macedo

Como o governo sempre teve os votos necessários para aprovar tudo o que desejou, fica claro que faltou vontade política para implantá-las. Mas antes tarde do que nunca. Se não as aprovou antes, por livre e espontânea vontade, que seja agora, sob pressão da sociedade. Não é coisa para hoje. É para ontem que o país clama por medidas capazes estancar a sangria promovida pelos corruptos nos cofres públicos. Esses patifes de todos os naipes e procedências precisam de penas realmente duras, que, ao puni-los, sirvam de exemplo para que outros pensem duas vezes antes de cair na mesma tentação. Nesse sentido, sou radical: entendo corrupção deveria ser considerado crime de homicídio. É, isso mesmo: atentado mortal contra a vida alheia. Exagero? Então pense nas milhares de pessoas que morrem todos os anos vítimas da falta de remédios, médicos, comida, saneamento e segurança. Vidas que os bilhões de reais drenados pelo ralo da corrupção poderiam salvar se aplicados em obras, serviços e programas sociais.

Leia outras notícias do dia

Vovó do mal

A presidente Dilma Roussef tem razão ao afirmar que a corrupção é "uma senhora idosa" e pode estar em todo o lugar. Mas não pode esquecer que essa "vovó do mal" envelheceu 12 anos aos olhos de governos petistas, que jamais tomaram as medidas necessárias para "aposentá-la".


MAIS SOBRE

Últimas Notícias