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Antônio Carlos Macedo: "Ir às ruas para pedir impeachment não vai ajudar em nada"

Colunista do Diário Gaúcho diz que está insatisfeito com o governo Dilma, mas ressalta que o clima de instabilidade política é ruim para a economia do país

11/03/2015 - 07h03min

Atualizada em: 11/03/2015 - 07h03min


Cristiano Estrela / Agencia RBS

Também não estou satisfeito com o governo Dilma. A gastança desenfreada que a presidente patrocinou no primeiro mandato está estourando no bolso de milhões de brasileiros obrigados a pagar a conta. Apesar de suas alardeadas qualidades de gerente, Dilma ignorou que despesa precisa ser compatível com receita, regra básica que vale para governos, empresas e cidadãos. Se fosse mais prudente e observasse os alertas dos economistas, a crise que estamos enfrentando certamente seria menor. Ou talvez nem existisse. Mas governos erram e acertam. Faz parte do jogo. Como contribuinte, torço para que as medidas de ajuste deem resultado e o país supere as dificuldades o quanto antes. Mesmo para os opositores da presidente, apostar na política da terra arrasada é gol contra: só temos a perder com isso. Nesse contexto, ir às ruas para pedir impeachment não vai ajudar em nada. O clima de instabilidade política afasta investidores, prejudica o câmbio e, de modo geral, paralisa ainda mais a atividade econômica. É ruim para todos.

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Hipótese legal

Sei que o impedimento de um presidente da República é uma hipótese legal, prevista na Constituição e regulamentada pela lei que define os crimes de responsabilidade. Sendo assim, não há nada de golpismo nela. Muita gente acredita que Dilma infringiu a lei no caso da Petrobras e que, portanto, é passível de um processo de afastamento. Mas só acreditar não basta. É preciso apresentar denúncia consistente e provas de que, no exercício do mandato, ela cometeu crime de responsabilidade. Enquanto essa exigência crucial não for atendida, concordo com a presidente: falar em impeachment é terceiro turno, mera tentativa de mudar o resultado nas urnas no tapetão.

Classe média

Perguntar não ofende: para os petistas, a classe média não tem direitos? Só deveres? O monopólio do protesto é dos governistas e seus aliados? Cidadão que, graças ao seu trabalho, construiu uma vida melhor não tem o direito de reclamar?

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