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Liberação de rodovia

Após conflito com caminhoneiros, PRF reforça vigilância em Camaquã com policiais de outros Estados

Motoristas reclamam da truculência da polícia, que afirma ter agido para coibir coação de manifestantes

02/03/2015 - 18h26min

Atualizada em: 02/03/2015 - 18h26min


Débora Ely
Débora Ely
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Ronaldo Bernardi / Agencia RBS

Liberada por caminhoneiros desde o começo da tarde, a BR-116, em Camaquã, tornou-se palco de uma operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Força Nacional para desobstrução da rodovia. Segundo a PRF, a medida foi necessária porque os manifestantes ainda se concentravam às margens da estrada.

Além do conflito na estrada, houve confronto entre manifestantes e a polícia no centro do município. Seis pessoas tiveram de ser encaminhadas ao hospital devido ao conflito, quatro por causa das bombas de gás lacrimogêneo e duas por sofrerem cortes.

Acompanhe ao vivo a manifestação:

Por volta as 16h30min, a BR-116 foi bloqueada e a Tropa de Choque da PRF avançou em direção ao trevo de acesso à cidade, onde, minutos antes, havia ocorrido uma carreata em apoio aos caminhoneiros. Policiais lançaram bombas de efeito moral contra os manifestantes, revoltando aqueles que acompanhavam a manifestação. Uma pessoa foi presa por descumprir a ordem judicial que determina a liberação da rodovia. O nome do detido, que será encaminhado à delegacia de Camaquã, ainda não foi divulgado.

Confira imagens do confronto:


Agentes seguem na região para impedir novos bloqueios no trecho onde vinham ocorrendo manifestações desde a semana passada. A partir de agora, o policiamento será reforçado na área, inclusive com apoio de policiais federais de outros Estados. Segundo o inspetor Marcelo Lopes Remião, chefe da segunda delegacia da PRF, 70 homens de outras partes do Brasil estão se deslocando para o Rio Grande do Sul - um dos estados que ainda concentram maior número de protestos em rodovias.

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- O objetivo era restabelecer controle da área, que ainda era um dos poucos focos no Estado com retenção de veículos. Havia informação de que motoristas vinham sendo coagidos a ficar nos postos de combustíveis. Houve ainda casos de apedrejamento, inclusive contra uma equipe da PRF.

Na noite de domingo, um veículo foi queimado na rodovia. A ação revoltou caminhoneiros e moradores que acompanhavam o protesto. Eles alegaram truculência por parte dos agentes. Um homem, que não quis se identificar, afirmou que estava dentro do posto quando um policial o atacou com spray de pimenta. Ele estava com os olhos avermelhados e relatava dor.

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- A ação aconteceu porque, por várias vezes, os caminhoneiros paravam a abordagem e retornavam a bloquear a rodovia, a mantendo sem controle. A operação do Choque visou retomar uma área que estava sob domínio, o que é proibido por ordem judicial - afirmou Remião.

Segundo a PRF, a ação do agente que teria lançado spray de pimenta em um manifestante será apurada. Os policiais ainda recolheram as faixas instaladas pelos caminhoneiros às margens da BR-116, e as colocaram em um foco de incêndio. O Corpo de Bombeiros foi chamado para controlar as chamas. Após a operação, o trânsito foi liberado e, às 18h15min, fluía livremente na BR-116, km 397, em Camaquã.


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