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Em assembleia no Gigantinho, Cpers decide se desfiliar da CUT

Categoria também aprovou pauta de reinvindicações e futuras mobilizações, além de ter optado por não entrar em greve

27/03/2015 - 18h02min

Atualizada em: 27/03/2015 - 18h02min


Vanessa Kannenberg / Uruguaiana
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Mateus Bruxel / Agencia RBS

A pauta de reivindicações do Centro dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato) foi aprovada por unanimidade na tarde desta sexta-feira. Mas a decisão mais importante tomada durante a primeira assembleia geral da gestão que tomou posse em agosto de 2014 foi a desfiliação da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Até os números apertados da votação mostram a divisão da categoria: foram 1.588 a favor do desligamento e 1.129 contra.

A assembleia iniciou às 13h30min, no Gigantinho, na Capital, com a presença de 6 mil associados, conforme dados do próprio Cpers. A catogoria também optou por não entrar em greve - ao menos por enquanto.

O Cpers estava vinculado à CUT há quase 19 anos e é um dos maiores sindicatos, com 81 mil associados, segundo Simone Goldschmidt, secretária-geral da CUT-RS e ex-presidente do Cpers.

- É uma pena que essa categoria tão importante esteja tão dividida. Mesmo que eles tenham decidido pela desfiliação, continuaremos apoiando o sindicato, pois a educação e os profissionais da educação devem estar acima de disputas políticas internas - avaliou Simone.

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Para a atual presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, a decisão enfraquece a luta do magistério:

- A assembleia mostrou claramente que a oposição está mais preocupada em dividir a categoria, visto que priorizou a votação (da desfiliação) ao invés de focar nas reinvindicações. Vamos encaminhar a desfiliação, mas vamos lutar para unir o magistério e focar nas nossas lutas.

Presidente da gestão anterior do sindicato, Rejane de Oliveira assumiu a liderança do movimento pró-desfiliação da CUT. De acordo com ela, a central estava mais preocupada em defender os governos (Lula, Dilma e Tarso) do que a classe trabalhadora.

- Não podemos admitir que uma central use do prestígio do Cpers, a força de uma categoria e vá até o governo para pedir a retirada de direitos dos trabalhadores e redução de salários. Nós não podemos pagar pela crise financeira do país e do Estado - justificou Rejane.

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Durante a assembleia, a atual presidente do Cpers também falou sobre a auditoria interna feita nas contas do sindicato de 2011 a 2013. Segundo ela, foram feitos "repasses irregulares" na gestão anterior, que tinham como destino principal a central sindical Conlutas.

- São valores que foram repassados na gestão anterior sem aprovação da categoria. Vamos buscar explicações e exigir que o dinheiro seja devolvido ao caixa do Cpers - afirmou Helenir a ZH, sem detalhar números supostamente.

Presidente do sindicato da gestão colocado sob suspeita, Rejane de Oliveira garantiu que não houve irregularidades em sua gestão e disse que está disposta a mostrar todos os documentos para provar isso. Além disso, sugeriu que vai cobrar juridicamente da atual administração pelas "mentiras":

- Direção do Cpers tenta botar uma cortina de fumaça na sua inoperância, porque é uma gestão que não chamou categoria pra se mobilizar contra o (governador José Ivo) Sartori, então criou um factoide para desviar o foco do debate que deveria ser feito nessa assembleia - criticou Rejane.

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Pautas aprovadas

Entre as pautas aprovadas estão nomeação dos concursados, imediata atualização das promoções dos professores, garantir royalties para a educação, revisão do vale transporte, criação do piso salarial nacional dos funcionários de escolas, além da aplicação imediata do reajuste de 13,01% do piso do magistério.

A categoria também aprovou uma série de mobilizações, entre elas, uma paralisação no dia 24 de abril, chamada de Dia de Luta em Defesa do Pagamento do Piso, e de outra paralisação e ato público em Porto Alegre no dia 1º de maio, quando ocorre uma mobilização das Centrais Sindicais.

* colaborou Julia Finamor, da Rádio Gaúcha


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