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Gaúcho faz vaquinha para financiar tratamento de câncer nos EUA

Com visto negado por falta de dinheiro, Leonardo Konarzewski recorreu à internet para ajuda

11/03/2015 - 16h50min

Atualizada em: 11/03/2015 - 16h50min


Gustavo Foster
Gustavo Foster
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Montagem sobre fotos / Facebook
Leonardo busca tratamento médico nos Estados Unidos

O gaúcho Leonardo Konarzewski, 21 anos, resolveu recorrer à internet para tentar salvar a própria vida. Com o diagnóstico de Linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer no tecido linfático, ele foi informado neste ano de que as possibilidades para tratamento da doença no Brasil haviam se esgotado.

Antes disso, o ex-estudante de Ciências da Computação da PUCRS havia passado por cinco sessões de quimioterapia. Foram 15 dias de forte medicação, o que acabou debilitando ainda mais sua saúde.

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Um tratamento médico que está em fase de testes em uma clínica de Rochester, no Estado norte-americano de Minnesota, foi a única saída encontrada pelo médico de Leonardo, Dr. Gilberto Schwartsmann:

- Ele foi tratado em outro hospital e a doença não melhorou.  Ele tentou um segundo tratamento e a doença também não melhorou. Aí ele me procurou e eu expliquei para a família que se ele continuasse fazendo o tratamento normal, não ia ter impacto.

O oncologista explica que a Mayo Clinic, local que testará a medicação, realiza tratamentos com imunoterapia e restringe o processo quimioterápico.

- Falei com o médico de lá, e ele disse que aceitava o Leonardo na pesquisa, mas há alguns custos. Eles são pessoas humildes, lembro que eles ficaram desesperados com o valor, o pai vendeu o carro - lamenta o médico.

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Preparado para viajar aos Estados Unidos para tentar encontrar uma cura para o câncer, ele foi surpreendido novamente, desta vez em São Paulo: o visto havia sido negado pelo consulado. De acordo com Leonardo, ao conferir as informações, os funcionários disseram que o valor arrecadado pela família era insuficiente.

Antes da confusão, a clínica que dispõe o tratamento médico informou que seriam necessários US$ 7 mil, o equivalente a R$ 21 mil. Ao governo americano, o consultório mencionou que o procedimento custava US$ 22 mil dólares, pouco mais de R$ 66 mil.

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O morador da Vila Ipiranga teve que voltar para Porto Alegre assim que recebeu a notícia. Sem saber o que fazer, foi influenciado pelos amigos a criar, então, um site a fim de arrecadar dinheiro e pagar todas as despesas médicas.

Em três dias de campanha, Leonardo Konarzewski arrecadou mais de R$ 38 mil - somados aos R$ 21 mil de que a família já dispunha, faltam cerca de R$ 7 mil para atingir a meta. Um vídeo em que aparece explicando a doença e pedindo doações já ultrapassa a marca de oito mil visualizações no Youtube.

- O vídeo repercutiu de uma maneira que eu não esperava. As pessoas estão me reconhecendo nas ruas e fazem doações ali mesmo, em dinheiro - afirma.

O clima estava tenso na casa do caçula de três irmãos. Familiares tiveram receio do que poderia acontecer caso o tratamento não fosse realizado de forma urgente. O pai do porto-alegrense retornou ao consulado americano na noite desta terça-feira (11) para tentar pressionar a liberação do visto. A esperança agora é arrecadar o dinheiro necessário e viajar para os EUA até o fim da semana. 

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 - Agora eu acredito que as coisas vão mudar, as coisas vão progredir. Eu tenho certeza que o tratamento vai funcionar comigo. Vou ficar lá por três meses e receber injeções a cada 15 dias. O bom é que o medicamento só afeta as células doentes. Não vai atacar a minha saúde, por exemplo - explica.

O médico também está confiante:

- Eles não têm muito tempo para perder, essa doença é gravíssima. Essas respostas (do tratamento) são duradouras. Para o caso dele, são respostas interessantes. Tomara que ele consiga.

Ao mesmo tempo, a família de Leonardo tenta na Justiça conseguir recursos do governo brasileiro para financiar o tratamento médico. A iniciativa de arrecadar fundos pelo site surgiu porque a decisão do juiz pode demorar, além da possibilidade de recursos ao longo do processo.

Veja o vídeo:


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