Opinião
Antônio Carlos Macedo: postos de combustíveis servem de caixa-eletrônico da bandidagem
Colunista do Diário Gaúcho fala de um estabelecimento digno de livros dos recordes por sofrer dois assaltos em menos de meia hora
Depois de alguns meses de calmaria, postos de combustíveis voltaram a funcionar como uma espécie de caixa-eletrônico da bandidagem em Porto Alegre. Os estabelecimentos que funcionam à noite estão recebendo as indesejadas visitas dos assaltantes novamente. O modo de operação dos criminosos é sempre o mesmo: chegam de surpresa, às vezes a pé, para roubar dinheiro dos frentistas e das lojas de conveniência, das quais levam também mercadorias, principalmente cigarros. Em geral, roubam pequenas quantias, mas nem por isso não deixam de colocar em risco a segurança dos trabalhadores, que geralmente ficam sob a ameaça de armas engatilhadas. Um movimento mal interpretado pelos bandidos pode ser suficiente para um disparo fatal e uma vida perdida.
Não há exagero em supor que a retomada desse tipo de delito tenha a ver com a escassez de policiamento. Afinal, nunca foi tão difícil encontrar polícia na rua em Porto Alegre. Vários postos foram atacados nos últimos dias, mas o recorde pertence a um estabelecimento localizado na Avenida Vicente Monteggia, na Cavalhada, que sofreu dois assaltos em menos de meia hora na madrugada desta quarta-feira. No primeiro, criminosos armados levaram dinheiro e cigarros da loja de conveniência. Eles fugiram a pé. Pouco tempo depois, outros bandidos, que chegaram em um táxi, roubaram dinheiro e celulares dos frentistas. Eles também estavam armados. Dois assaltos em menos de 30 minutos. Digno de disputar citação no Guinness Book, o livro mundial dos recordes.
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Bom exemplo
Pelo segundo ano consecutivo, as repartições da Prefeitura de Porto Alegre funcionam normalmente hoje. A Justiça gaúcha também mantém atividades regulares, seguindo sua regra de não transformar dias úteis próximos a feriados em ponto facultativo. São dois bons exemplos a demonstrar que, aos poucos, o setor público vai entrando em sintonia com o restante da sociedade, que há muito tempo transformou a chamada Quinta-feira Santa em dia normal de trabalho. Se as pessoas responsáveis pelos impostos que mantém a máquina pública trabalham, não há mesmo razão para que os servidores pagos por elas façam feriado.
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