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Terremoto no Nepal

Pais de brasileira localizam filha no Nepal após 16 horas de angústia

A descoberta sobre o terremoto no Nepal, que deixou mais de 2 mil mortos, ocorreu na manhã de sábado, quando os familiares acessaram um portal de notícias

26/04/2015 - 16h55min

Atualizada em: 26/04/2015 - 16h55min


British Red Cross / Divulgação
Tremor no país asiático deixou mais de 2 mil mortos neste fim de semana

Foram quase 16 de horas de aflição à espera de notícias de Mariana Malaguti Uchôa, 26 anos, os familiares da designer que está no Nepal em uma viagem sabática tiveram informações sobre a filha. O pai, Paulo Uchôa, contou que recebeu um telefonema por volta das 2h deste domingo de um cunhado, avisando que Mariana tinha acabado de postar uma mensagem no Facebook.

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Na sequência, ela enviou um breve e-mail para os pais: "Estou em um lugar seguro, fiquem tranquilos. Menos medo", relataram eles ao jornal O Estado de S. Paulo. O recado encerrou um período de agonia de Paulo e sua mulher, Cristina Malaguti Uchôa.

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- Ficamos o dia inteiro sem informação, foi horrível - disse o homem.

A descoberta sobre o terremoto no Nepal, que deixou mais de 2 mil mortos, ocorreu na manhã de sábado, quando Cristina acessou um portal de notícias. Em um primeiro momento, ela não sabia que a filha estava numa cidade próxima a Katmandu, epicentro do terremoto. Paulo, ao ver que o número de mortos aumentava, decidiu contar para Cristina que a filha deles estava numa cidade ao lado do epicentro da tragédia.

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- Quando contei onde ela estava, deu pane geral aqui, começamos a entrar em parafuso. Eu já estava muito ansioso e ela (mãe) ficou também. Decidimos mobilizar amigos para ajudar a localizar a Mariana - afirmou Uchôa em seu apartamento, na Gávea, zona sul do Rio. Ele entrou em contato com uma amiga que já foi à Índia algumas vezes, professora de yoga.

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Ajuda de indianos pelas redes sociais

O movimento de busca pela jovem cresceu nas redes sociais.

- Um grupo de nove indianos receberam a mensagem e, coincidentemente, quatro deles conheceram a Mariana lá. Um deles falou que esteve com ela antes do terremoto. Logo depois, ela entrou no Facebook, ficou sabendo que estávamos apavorados e se manifestou - relatou o pai.

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Os familiares passaram o sábado ao lado do telefone e acessando a internet, na esperança de que ela mandasse algum recado. Mariana está em um vilarejo a cerca de 10 km da capital, onde dá aulas de capoeira para crianças e pratica yoga. Em seu relato no Facebook, disse que no local onde está não houve "muitos danos físicos", uma vez que a cidade tem pequenas construções.

"Pude sentir muito forte o tremor aqui, e mais uma vez pude acreditar e vivenciar a potencia da natureza. Parece que o tremor pode voltar hoje, mas estou em área de segurança, não tem grandes prédios nem construções", afirmou aos amigos, a quem pediu calma e acrescentou: "Aqui a terra treme e ai os corações palpitam!", afirmou ela na rede social.

A viagem da designer, programada por um ano, teve início em dezembro de 2014, quando a jovem foi para a Índia, onde percorreu diversas cidades, e depois seguiu para o Nepal. Ela já tinha ido embora do país, mas decidiu voltar. Há cerca de 15 dias está no Nepal.

Terremoto no Nepal

Um terremoto de magnitude 7,8 atingiu o Nepal por volta do meio-dia de sábado no horário local (pouco depois das 3h no horário de Brasília) e provocou mais de 2,2 mil mortes, segundo relatórios preliminares das autoridades divulgados no começo da manhã de domingo. O número é parcial, já que equipes de resgate continuavam trabalhando entre os destroços deixados pelo pior tremor registrado em oito décadas no país.

O abalo foi sentido no Himalaia, onde provocou avalanches que mataram montanhistas, e em países próximos como Índia e China - onde também provocou mortes. Casas e construções históricas foram destruídas pela violência do terremoto. A torre de Dharara, construída em 1832 na capital nepalesa, Katmandu, não resistiu e desabou.


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