Porto Alegre



Só vendo de cima

Descubra o que está por trás dos tapumes de quatro obras em Porto Alegre

Escondidas dos olhos do público, que encontra dificuldades em acompanhar seu andamento, obras despertam a atenção de curiosos

14/05/2015 - 04h02min

Atualizada em: 14/05/2015 - 04h02min


Guilherme Justino
Guilherme Justino
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Reforma no Parque da Redenção bloqueia acesso ao chafariz desde janeiro
Foto: Omar Freitas / Agência RBS

Reurbanização da Praça João Paulo I surpreendeu moradores do bairro Santana
Foto: Omar Freitas / Agência RBS

Construção de dois anexos vai ampliar em quase 70% a área do Clínicas
Foto: Omar Freitas / Agência RBS

* Zero Hora

Omar Freitas / Agencia RBS
Invisíveis para os pedestres, as obras de ampliação do Hospital de Clínicas seguem dentro do cronograma previsto

Eles estão ali para proteger os pedestres, mas acabam chamando atenção por também esconder o andamento das obras. Os tapumes que cercam algumas das construções da Capital deixam as restaurações e construções encobertos, despertando olhares curiosos.

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Uma lei municipal publicada em 1992, o Código de Edificações, determina que toda construção ou demolição feita nas proximidades de vias públicas precisa ter, em toda sua frente, um tapume provisório destinado a evitar o contato direto dos pedestres com as obras. Não há restrições, porém, às construtoras que decidem cobrir todo o trabalho com essas tábuas.

- O objetivo é proteger os transeuntes para que haja uma distância segura entre eles e as obras. Isso é necessário em toda obra de edificação, a menos que seja interna ou esteja recuada mais de 8 metros - explica Letícia Klein, coordenadora de aprovação e licenciamento de projetos na Secretaria Municipal de Urbanismo (Smurb).

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Para registrar o que só os moradores de prédios altos conseguem ver, ZH foi conferir o que está por trás dos tapumes de quatro obras em Porto Alegre: duas delas envolvendo ampliações de infraestrutura - no Hospital de Clínicas e na Unisinos -, com grande mobilização de máquinas e pessoal, e duas outras, de menor duração, reformando a estrutura da Redenção e de uma praça no bairro Santana.

Parque da Redenção

O que está sendo feito: restauração do piso, das caixas de esgoto, das floreiras, das muretas e dos bancos do trecho próximo ao chafariz do parque, entre o Espelho d'Água e a Fonte Luminosa
Início das obras: 5 de janeiro
Empresa responsável: Torke Engenharia Ltda.
Custo total: R$ 1,77 milhão
Prazo de conclusão: 180 dias (julho de 2015)

É a primeira reforma completa do trecho desde a construção, em 1939, e ocorre concomitantemente às obras de melhorias na iluminação do parque - que devido ao atraso levaram a um pedido de rescisão de contrato da Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov) com a empresa Lumi Construções e Manutenções Ltda. O pedido está sendo analisado pela Procuradoria-Geral do Município (PGM). Os serviços estão sendo realizados como contrapartida do Grupo Zaffari junto à prefeitura devido a um empreendimento na Rua Alcides Cruz, no bairro Santa Cecília.

Praça João Paulo I

O que está sendo feito: reurbanização da praça no bairro Santana, com recuperação estrutural e construção de um recanto infantil
Início das obras: 24 de março
Empresa responsável: Torke Engenharia Ltda.
Custo total: não informado pela Smam até a publicação desta reportagem
Prazo de conclusão: 120 dias (julho de 2015)

Para dar início à obra, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) considerou necessário derrubar algumas das árvores que preenchiam a praça, o que revoltou moradores. Serão feitos passeios para facilitar a circulação de pessoas e instalados bancos e lixeiras. O projeto de revitalização pretende ainda ampliar os espaços abertos no local, considerado "muito fechado" pela prefeitura. As obras também são uma contrapartida do Grupo Zaffari no bairro Santa Cecília.

Novo prédio acadêmico da Unisinos trará alterações no trânsito da Zona Norte
Foto: Omar Freitas / Agência RBS

Campus da Unisinos

O que está sendo feito: expansão do campus Porto Alegre entre as avenidas Nilo Peçanha e Luiz Manoel Gonzaga para atender a até 8 mil alunos
Início das obras: 19 de janeiro
Empresa responsável: Engenhosul Obras Ltda.
Custo total: R$ 250 milhões
Prazo de conclusão: 22 meses (segundo semestre de 2017)

A estrutura da universidade na Capital vai passar a contar com novo prédio acadêmico, biblioteca e teatro. Também deve ser expandida a oferta de especializações, MBAs, mestrados e doutorados em Porto Alegre. Como contrapartida à construção, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) exigiu que a Unisinos investisse em melhorias no trânsito. As avenidas Nilo Peçanha e Luiz Manoel Gonzaga terão mais uma faixa cada na região, e uma passarela será inaugurada sobre a Avenida Nilo Peçanha.

Hospital de Clínicas

O que está sendo feito: ampliação do hospital entre a Rua Ramiro Barcelos e a Avenida Protásio Alves, com construção de dois anexos ao prédio principal e mais espaços destinados à pesquisa e ao ensino
Início das obras: 13 de junho de 2014
Empresa responsável: consórcio Tratenge-Engeform
Custo total: R$ 397 milhões
Prazo de conclusão: novembro de 2017

O projeto, que demorou a começar devido a divergências entre defensores do patrimônio histórico e ambientalistas, agora caminha dentro do cronograma e apresenta até redução de custos. As verbas necessárias para a ampliação vêm do Ministério da Educação, que detém o controle do Clínicas - ligado academicamente à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). No novo complexo, serão inaugurados cerca de 150 novos leitos exclusivos para atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).


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