Está mais caro abastecer
Preço da gasolina aumenta em Porto Alegre, e postos são notificados
Levantamento do DG mostra que valor médio da gasolina comum subiu R$ 0,06. Agência reguladora vai buscar explicações junto a estabelecimentos onde alta foi maior
Dois meses após o alívio dos preços, os motoristas voltaram a sentir o aumento do valor cobrado pelo litro da gasolina comum em Porto Alegre. Ontem, pela terceira vez desde o reajuste aprovado pelo governo federal, em fevereiro, o Diário Gaúcho percorreu 80 postos nas zonas Norte, Sul, Leste e Central da Capital. O levantamento mostrou que o preço médio de R$ 3,20, registrado em 5 de março, subiu para R$ 3,26.
Dos postos visitados, que correspondem a quase um terço dos 267 existentes atualmente na Capital, 58% (ou 47 deles) aumentaram o valor cobrado pela gasolina comum. Cinco postos, todos localizados na Zona Norte, subiram de R$ 3,07 para R$ 3,29 no mesmo período. O valor mais baixo foi encontrado no Posto Schell do Carrefour (Avenida Plínio Brasil Milano): R$ 2,92.
Para tentar entender o motivo do novo aumento em Porto Alegre - já que, desta vez, não houve reajuste legal aprovado pelo governo -, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) está notificando, a partir de hoje, postos de gasolina que praticavam uma média de R$ 2,99 na semana passada e subiram para R$ 3,20 nos últimos dias. A agência não detalhou o número de estabelecimentos que receberão a notificação, divulgou apenas que os postos são da Zona Norte.
Respostas
Os postos notificados deverão apresentar sua documentação contábil - com notas fiscais apontando quanto pagaram pelo preço da gasolina, por quanto venderam e a quantidade que venderam a cada dia - em até 48 horas após o recebimento da notificação. Os postos que não responderem no prazo poderão pagar multa de, no mínimo, R$ 5 mil.
- É evidente que o preço aumentou, mas o que aconteceu? A distribuidora aumentou o preço ou o posto resolveu aumentar a sua margem de lucro? Queremos entender isso - explica o coordenador da ANP na Região Sul, Edson Silva.
Embora não possa garantir, ele admite que há uma tendência de os postos notificados baixarem seus preços ao perceberem que a ANP está atenta ao comportamento dos valores.
Em 59 postos, valor cobrado é de R$ 3,29
A pesquisa feita pelo DG mostra que, nos últimos dois meses, 47 dos 80 postos visitados - o que corresponde a 58% - aumentaram o valor cobrado pela gasolina comum. Do total, 19 mantiveram o valor e 14 não mexeram nos preços. É curioso que em 59 postos o valor cobrado é de R$ 3,29. Inclusive na Zona Norte, região que sempre teve os valores mais baixos, este foi o preço mais visto no levantamento do DG.
A diretora-executiva do Procon-RS, Flávia do Canto Pereira, acredita que a falta de concorrência entre os postos da Capital pode ser um dos motivos do aumento e da coincidência de preços em tantos postos. Segundo ela, há poucas distribuidoras e que praticam preços semelhantes, o que também pode justificar os preços parecidos. Casos em que há suspeita de cartel são encaminhados para investigação do Ministério Público Estadual.
Consumidor pisou no freio
Dados da ANP apontam que o consumo de gasolina está recuando no Rio Grande do Sul. No primeiro trimestre deste ano, a demanda teve acréscimo somente de 0,1% em relação a 2014. Enquanto no mesmo período do ano passado, em relação a 2013, o consumo subiu 12,1%.
- Há uma desaceleração do consumo e não há ambiente econômico para aumento de preços nem por parte das distribuidoras nem dos postos. O poder aquisitivo das pessoas diminuiu pelo fato da alta da inflação - afirma Edson Silva.
O coordenador ressalta que é função da ANP monitorar e controlar os preços dos postos, mas que o consumidor também tem um papel importante para evitar o consumo em postos com preços mais altos.
- Não basta a ANP e a imprensa monitorarem. O consumidor pode contribuir pesquisando e não enchendo o tanque onde está mais caro - aconselha.
Se você sabe de um posto que ofereça gasolina comum abaixo de R$ 2,92 na Capital, entre em contato com a gente pelo telefone 3218-1654, pelo e-mail caren.baldo@diariogaucho.com.br ou via WhatsApp: 9731-4654.
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* Colaborou Cáren Cecília Baldo.