Porto Alegre



Uma semana de greve

Prefeitura de Porto Alegre rejeita três das cinco contrapropostas dos municipários

Negativa em negociar o desconto dos dias parados pode afetar as conversações com os grevistas

27/05/2015 - 12h50min

Atualizada em: 27/05/2015 - 12h50min


Marcela Brandes,Atempa / Divulgação
Municipários fizeram passeata na manhã desta quarta-feira entre o HPS e o Paço Municipal

Pouco antes das 11h30min desta quarta-feira, o vice-prefeito Sebastião Melo recebeu o documento com as contrapropostas dos municipários às ofertas feitas pela prefeitura na terça-feira para negociar o fim da greve da categoria, que completa uma semana. Lendo a lista, que continha cinco itens, ele foi analisando um a um e na hora apontando se poderiam ser atendidos ou não pelo Executivo municipal. Dos cinco itens, três foram rejeitados.

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Em dois pontos os grevistas e a prefeitura concordam: a negociação em conjunto para confeccionar o projeto de lei que resolverá o efeito cascata dos salários e a ampliação do plano de saúde. Já a reposição integral da inflação, sem parcelamento, foi negada, assim como a publicação de um calendário de pagamento das progressões de carreira de 2010 a 2012 - não exatamente a questão do calendário, e sim qualquer possibilidade de pagamento ainda em 2015 - e a negociação das faltas da greve, que serão descontadas dos salários.

- O direito de greve é sagrado, mas o direito de a prefeitura descontar os dias parados, também. Quanto a aumentar o reajuste, a prefeitura não tem dinheiro, há uma queda na arrecadação, e o Levy Mãos-de-Tesoura corta o orçamento todo dia - afirmou Melo, se referindo ao Ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Indignação com benefícios de auditores turbina reivindicações de municipários

Mesmo sem grandes esperanças de poder oferecer algum aumento no índice de 8,17% oferecido aos municipários - que é a reposição da inflação -, Melo se reunirá às 14h30min com o comitê salarial formado por técnicos e secretários municipais, sem a presença de integrantes do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), para analisar as contrapropostas, "em respeito ao sindicato", salientou. À tarde também deverá ocorrer a esperada divulgação sobre o atraso ou não no pagamento do funcionalismo, causado, alega a prefeitura, pelo fechamento da sede administrativa pelos grevistas ao longo da paralisação.

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Como os prédios da prefeitura não estão bloqueados na manhã desta quarta-feira, há possibilidade de haver uma reunião com o Simpa. Os grevistas têm uma assembleia marcada para as 14h de quinta-feira, e querem ter um encontro com a prefeitura antes para levar alguma proposta à categoria.

Para o diretor financeiro adjunto do Simpa, Raul Federico Giacobone, a confirmação do desconto nos salários complica o avanço na negociação. Mesmo assim, ele espera que ocorra uma reunião com a prefeitura ainda hoje ou na manhã de quinta.

Saiba quais são as reivindicações dos municipários

- O objetivo é continuar a negociação. Mas sem negociar as faltas da greve, não se avança. Isso é uma punição. Enquanto houver negociação, não tem como penalizar - disse Giacobone.

Por volta das 9h desta quarta, grevistas iniciaram uma caminhada no Hospital de Pronto Socorro e foram até o Paço Municipal, no Centro Histórico. Eles devem permanecer na região nas próximas horas.

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