Porto Alegre



Greve na Capital

Prefeitura retira projeto do efeito cascata e municipários decidem sobre a greve à tarde

Para que reunião de negociação ocorresse, manifestantes liberaram a entrada do prédio administrativo da prefeitura. O trânsito na Avenida Siqueira Campos, no entanto, voltou a ser bloqueado pelo protesto

22/05/2015 - 10h18min

Atualizada em: 22/05/2015 - 10h18min


Débora Ely
Débora Ely
Enviar E-mail
Débora Ely / Agência RBS
Grevistas voltaram a bloquear o trânsito da Avenida Siqueira Campos nesta manhã

O pedido de liberação do prédio da prefeitura de Porto Alegre, no Centro Histórico, foi acatado na manhã desta sexta-feira. Com isso, municipários em greve e o Executivo se reuniram às 10h30min para negociação. E o resultado foi que o Executivo retirou o projeto que trata do efeito cascata nos salários dos municipários na Câmara Municipal, que era uma das reivindicações dos grevistas. Agora, a categoria decidirá se a greve continua ou não em uma assembleia à tarde.

Durante o encontro com lideranças do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), o vice-prefeito, Sebastião Melo, afirmou que a prefeitura já havia sinalizado a retirada do projeto de lei que prevê que os benefícios acumulados do efeito cascata se transformem em abono. Logo depois, a informação foi confirmada pela Câmara. Os municipários pediram, então, que, além da retirada, o Executivo sugira outra alternativa, um novo projeto. As negociações entre as duas partes sobre esse novo projeto devem começar na segunda-feira.

Indignação com benefícios de auditores turbina reivindicações de municipários
Confira quais são as reivindicações dos municipários

No mesmo horário da reunião, manifestantes voltaram a bloquear o trânsito na Rua Siqueira Campos. O desvio do fluxo de carros era feito pela Rua General Câmara. Já a sede administrativa da prefeitura seguia aberta, mas uma espécie de "corredor polonês" foi formada na porta de acesso.

- Fizemos um acordo na noite de quinta-feira: iríamos fazer essa mesa de negociações novamente mediante o não bloqueio do prédio e da avenida. Quando cheguei na prefeitura, a via foi bloqueada. Espero o bom senso e que eles desbloqueiem a Siqueira Campos porque, nessas condições, não há negociação - disse Melo.

A diretora de Comunicação do Simpa, Carmen Padilha, classificou a retirada do projeto da Câmara um "avanço", mas ressaltou que é necessário que a prefeitura apresente uma alternativa à proposta que "não represente nenhuma perda salarial à categoria.

- A nossa avaliação é que, pelo sentimento de todos, não temos como terminar a greve sem que chegue uma proposta alternativa à Câmara de Vereadores - apontou Carmen.

O projeto de lei retirado do Legislativo previa que os benefícios acumulados do efeito cascata (a incidência de gratificações e vantagens umas sobre as outras, considerada irregular desde 1998) se transformassem em abono - o que representaria em perdas aos servidores, afirmam os municipários. 

A proposta salarial da prefeitura continua a mesma: reajuste de 8,17%, parcelado. A categoria reivindica 20%. Na quinta-feira, Fortunati assegurou que, com a crise financeira instalada no país, a administração municipal não tem como conceder reajuste salariais acima de 8,17%

Confira como foi a cobertura:

Tweets de @aovivozh

Como a folha de pagamento é feita no prédio que estava bloqueado, a prefeitura afirmou que há risco de atraso no acerto dos salários de maio. A paralisação tem restringido serviços médicos não essenciais e aulas em escolas municipais, por exemplo.

Leia outras notícias de Porto Alegre
Leia as últimas notícias

* Zero Hora


MAIS SOBRE

Últimas Notícias