Economia popular
Depois de se endividar, Nair aprendeu a lição e agora dá dicas de como segurar o orçamento
Moradora do Bairro Lomba do Pinheiro, que no ano passado contou com a ajuda de educador financeiro para sair do vermelho, deu a volta por cima com muita disciplina e organização
A vida da vendedora de livros Nair Alves Barbosa, 56 anos, do Bairro Lomba do Pinheiro, deu um giro de 180º desde julho do ano passado, quando determinou-se a sair do vermelho com a ajuda de um especialista em finanças pessoais.
Durante cinco meses de 2014, ela foi acompanhada pelo economista Everton Lopes e pelo Diário Gaúcho. Hoje, seis meses depois da última visita do orientador, Nair comprova: atitude e persistência são fundamentais para voltar a ter o bolso cheio.
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Nada restou da bacia de plástico repleta de contas a pagar que se acumulavam há meses. Hoje, Nair se divide em duas pastas - identificadas para finanças pessoais e despesas da microempresa que administra.
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- Quando você entra e não consegue sair do círculo das dívidas, a vida toda se torna uma bagunça. A minha estava. Organizá-la foi fundamental para dar o pontapé inicial - conta Nair, mostrando ter seguido a primeira regra do educador financeiro.
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Mudanças
Economizar em despesas que considerou supérfluas - como cortar as saídas à noite em diferentes dias da semana e o telefone residencial - também ajudou a vendedora de livros didáticos. Os cortes continuaram na energia elétrica, com luzes apagadas e diminuição de 14 para dez lâmpadas em uso, e na água, com torneiras fechadas e banhos com menos tempo do que os 30 minutos usuais.
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- O bom é que até os netos (de 13 e 14 anos, criados por ela) entraram no meu ritmo _ comemora.
Dos quatro cartões de crédito que devia em 2014, resta apenas um, cuja dívida já foi negociada. Pelos cálculos de Nair, a maré vermelha se encerrará de vez antes do final deste ano.
Até a casa sentiu a mudança de ritmo de Nair. Móveis foram trocados de lugar e livros que antes ficavam empilhados por todos os cômodos ganharam espaço único. Mas a mudança maior não ficou na casa da vendedora: foi parar no banco.
Depois de meses de penúria, Nair voltou a ter uma conta poupança em março deste ano. Se, em dezembro do ano passado, ela esboçava a ideia de economizar pequenas quantias no cofrinho improvisado num pote de vidro, a soma ganhou novo destino.
- Todos os meses, separo um pouquinho para colocar na conta. É uma forma de manter meu compromisso de nunca mais ficar atolada em dívidas - afirma, faceira.
Os conselhos de Nair
- Faça um planejamento dos gastos mensais. Vale tabela com os pagamentos a serem realizados e pasta com divisões para colocar todas as notas fiscais do mês. Faça a soma e veja para onde estão indo os gastos.
- Elimine todo e qualquer supérfluo até que as contas estejam em dia: isso vale para festas, jantares fora de casa, passeios sem propósito. Se esforce, pois valerá a pena num futuro próximo.
- Tenha apenas um cartão de crédito, se for preciso ter. Mas só o use quando houver muita necessidade - gastos fora de época, como saúde - e sem ultrapassar um limite que possa ser pago no mês seguinte. Evite os altos juros.
- Compre à vista. Ou não compre, se não tiver o dinheiro. Pesquise os preços antes de comprar no primeiro lugar que entrar. Pechinche sem ter vergonha.
- Negocie as dívidas com os credores. Não fuja deles!
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